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Eleições

Empresas do setor de bonés protestam contra nova lei

Apucarana – Entidades e empresários do Norte do Paraná estão mobilizados contra o projeto de reforma da lei eleitoral, que prevê a proibição da distribuição de bonés nas campanhas eleitorais. Eles mandaram uma carta a todos os deputados federais pedindo que a proposta, já aprovada no Senado, seja revista.

Em Apucarana estão instaladas cerca de 200 fábricas do ramo. Elas geram mais de 5 mil empregos diretos e são responsáveis por cerca de 50% dos bonés produzidos no Brasil. Estima-se que o pólo fabrica aproximadamente 4 milhões de bonés por mês, gerando um faturamento mensal de R$ 10 milhões.

Um artigo do projeto de autoria do senador Jorge Bornhausen (PFL-SC) prevê que é vedada na campanha eleitoral a distribuição de camisetas, bonés, canetas, brindes e afins. Para que tais mudanças possam vigorar já na eleição de 2006, é preciso que a matéria seja votada e aprovada na Câmara até o próximo dia 30.

"Nós não somos contra a moralização e barateamento das campanhas, mas o prejuízo social de tal medida ainda não foi bem avaliado por senadores e deputados federais", comentou ontem o empresário Jaime Leonel, da governança do Arranjo Produtivo Local (APL) de Bonés de Apucarana. Segundo ele, a mudança afetaria cerca de 5 mil famílias que vivem do trabalho na cadeia produtiva de bonés. "Mais de 30 mil pessoas, de um dia para o outro, veriam suas vidas ameaçadas pelo desemprego", completou.

Leonel calcula que os bonés promocionais representam 70% das vendas das fábricas de Apucarana. "É um produto direcionado para o marketing de empresas e prestadores de serviços, que expõe nos bonés sua logomarca, nome e telefone", explica o empresário. O restante da produção é voltado para bonés de grifes (marcas) e bonés de boutiques, que passaram a compor o vestuário masculino e feminino.

A presidente da Acia, Maria Isabel Lopes, diz que a entidade está preocupada com as pequenas e médias empresas do setor. "O boné promocional é o carro-chefe da produção, mas a cada dois anos são as eleições que dão fôlego ao setor, com ganho extra para novos investimentos em estrutura física, equipamentos e máquinas", assinala.

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