
Empresas com áreas na Ponta do Poço, em Pontal do Paraná, vão formar um condomínio industrial para viabilizar uma faixa de infraestrutura no lugar da atual PR-412 e tocar seus projetos para a região. Hoje, além da Techint, já atuante, e do Porto de Pontal, projeto de longa data do empresário João Carlos Ribeiro, a construtora Odebrecht, a Melport Terminais Marítimos (controlada da Cattalini), e a Subsea 7 também estudam a região.
INFOGRÁFICO: Veja como está o projeto do Porto de Pontal do Paraná
A ideia é construir uma nova rodovia, ferrovia, poliduto e um canal ao longo dos 17 quilômetros entre Praia de Leste e Pontal do Sul. A obra é fundamental para iniciar as operações do porto e também de um futuro complexo industrial da cidade, que somariam investimentos de R$ 6 bilhões. Hoje, o acesso à área se dá por uma rodovia em duas mãos, que não condiz com as atividades planejadas pelas empresas que querem se instalar na região.
O plano, desenhado junto com o governo estadual, prevê duas fases: na primeira, a construção de uma nova rodovia e de um canal de drenagem estimados em R$ 250 milhões. Depois, o complemento do corredor ferroviário, gasoduto e alcoolduto. As duas obras serão feitas a 1,5 quilômetros da atual PR-412. No entanto, no espaço, a intenção é abrir uma faixa de domínio de 200 metros, onde no futuro outros investimentos seriam feitos. "São necessários apenas 40 metros de largura para abrir uma nova estrada, mas queremos pensar nas necessidades futuras, por isso vamos planejar uma obra maior", afirma o presidente do Grupo JCR, dono do Porto Pontal e integrante do condomínio industrial, João Carlos Ribeiro.
O investimento deve ser bancado pela iniciativa privada de acordo com o secretário da Casa Civil, Reinhold Stephanes, o estado entra com 30% da sociedade ao ceder pouco menos de um terço da área para a exploração industrial. Em contrapartida, garante a criação de uma unidade de conservação estadual, a construção das vias de acesso e recupera a balneabilidade das praias da região. "A faixa vai servir como um limitador da expansão urbana", afirma o secretário.
A unidade de conservação, aos fundos da estrada, será criada pelo estado mas mantida pelo condomínio industrial. "É uma área de 48 mil hectares, que já sofre com a ação de palmiteiros e desmatadores. A criação da unidade faz com que ela fique protegida em caráter permanente", explica o diretor-geral da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Antonio Caetano de Paula Júnior.
Poligonal
Para que as obras iniciem, no entanto, os investidores aguardam a alteração da área de abrangência ("poligonal") do porto de Paranaguá. Para que qualquer obra portuária seja feita em Pontal pela iniciativa privada e sem a necessidade de licitações, é necessário que a região esteja fora desse traçado do porto vizinho atualmente a área do terminal de Paranaguá se estende até lá.
Com a nova lei dos portos, o governo federal deve rever a poligonal paranaense até junho de 2014. "A União tem mais seis meses para fazer qualquer alteração na área de abrangência de Paranaguá. O governo do estado já solicitou esta alteração e a Secretaria dos Portos vê a mudança com bons olhos", completa Stephanes.



