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Petróleo

Endividamento é pedra no sapato da Petrobras

Companhia teme perder grau de investimento por causa dos R$ 221,6 bilhões em dívidas. Rebaixamento comprometeria captação de recursos

Graça Foster: Petrobras precisa captar US$ 12 bilhões por ano, nos próximos cinco anos | Divulgação/Agência Petrobras
Graça Foster: Petrobras precisa captar US$ 12 bilhões por ano, nos próximos cinco anos (Foto: Divulgação/Agência Petrobras)

A presidente da Petrobras, Graça Foster, enfrentará, até 2015, grande dificuldade para reduzir o endividamento da empresa, e classifica como "absoluta" a preocupação com o risco de perder o "grau de investimento", que traduz risco baixo de calote. Em 2013, a dívida da companhia saltou de R$ 147,8 bilhões para R$ 221,6 bilhões, aumento de 50%. A relação entre dívida e geração de caixa chegou a 3,52, e o grau de alavancagem (dívida sobre patrimônio líquido), a 39%.

Confira quanto será investido pela Petrobras

As classificadoras de risco exigem relação dívida e geração de caixa de 2,5. No ano passado, a agência Moody’s rebaixou a nota da empresa em um grau, mas a manteve com risco de calote baixo. Empresas com grau de investimento conseguem financiamento a juros menores.

"Minha preocupação é absoluta, porque o plano de investimentos precisa da manutenção desse grau", disse Graça.

A Petrobras precisa captar US$ 12 bilhões por ano, nos próximos cinco anos. Reduzir a dívida depende, segundo Graça, de eliminar a defasagem do preços dos combustíveis, cortar custos e elevar a produção, que deverá crescer 7,5% este ano. No ano passado, caiu 2,5%.

Missão impossível

Para os analistas, a missão é quase impossível, porque são pequenas as chances de a companhia eliminar a diferença nos preços dos combustíveis importados e os vendidos no Brasil.

Impedida de repassar os custos com combustíveis por determinação do governo – para controlar a inflação –, a empresa amarga uma perda mensal de R$ 500 milhões.

Além disso, elevar a produção tem sido difícil, devido a atrasos dos fornecedores em entregar equipamentos. A extração de óleo não sai do mesmo patamar há cinco anos. "Não podemos nos esquecer de que 2014 é ano eleitoral, e não vai ter reajuste significativo", diz Flávio Konder, economista-chefe da Corretora Gradual. Para ele, se houver o rebaixamento será "o pior dos mundos". "A empresa precisaria pagar mais juros para captar lá fora", diz. O aumento da dívida é resultado da alta de 24% nos investimentos no ano passado, para R$ 104,4 bilhões.

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