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Consumo

Endividamento vai crescer com tevê de tela plana e móveis

O consumidor curitibano começou o ano assumindo dívidas e pretende continuar gastando mais nos próximos meses. É o que mostra pesquisa feita para a Gazeta do Povo pela Paraná Pesquisas. O instituto ouviu 1,3 mil pessoas com mais de 16 anos entre os últimos dias 4 e 8 de março. Além de falar sobre intenções de compra, elas enumeraram o tipo de comércio em falta nos seus bairros. A reportagem publicada na edição de ontem mostra que ainda há carência de supermercados e agências bancárias em regiões de comércio bastante forte, longe do Centro.

Perguntados se compraram móveis ou eletroeletrônicos neste ano, 29,3% disseram que sim, sendo que 71,6% pagaram a prazo, ou seja: assumiram dívida por pelo menos dois meses. Depois desse gasto, que para 9% das pessoas resultou em um televisor extra em casa, mais da metade dos entrevistados pretende ir novamente às compras por bens duráveis, sendo que agora 19% querem móveis para aumentar o conforto em casa.

Para o especialista em finanças pessoais Mauro Halfeld, essas intenções de compra devem se confirmar ao longo do ano, dado o bom cenário da economia, especialmente com a queda da taxa Selic, que influencia os juros cobrados do consumidor. "Mas isso depende do aumento da renda das famílias e de quantas já estão inadimplentes", diz.

Milton e Ione Siqueira estão entre os 5% que desejam um fogão novo. "Mas só se surgir um bom negócio, porque já comprei uma tevê de tela plana no ano passado", conta o aposentado. Como ele, 30% preferem pagar sempre à vista.

O televisor de tela plana promete ser a vedete deste ano em ritmo de Copa do Mundo. O posto foi do aparelho de DVD até o ano passado, tendo agora caído para a preferência de 4% dos entrevistados, enquanto a tevê mais moderna está nas intenções de compra de 11,8%.

Para quem prefere parcelar o pagamento, o barato sai caro. O modelo Sony de 21 polegadas com tela plana custa R$ 699 à vista em uma das lojas do centro de Curitiba. A prazo, são 13 parcelas de R$ 69,90, e não 10, o que eleva o preço para R$ 908,70.

Entre os entrevistados que compraram a prazo, 44% optaram pelo crediário próprio da loja, e 22% pelo cartão de crédito. Para ir às compras ou chegar ao fim do mês, 12% dos entrevistados fizeram empréstimos, sendo 9% em financeiras.

"O ideal é adiar a compra para quando for possível pagar à vista", aconselha Halfeld, lembrando que as taxas de juros no comércio giram em torno de 6% ao mês. Ele destaca a mudança cultural dos últimos 20 anos. "Antes as pessoas faziam fila para depositar dinheiro na poupança. Hoje, as filas são em frente das financeiras para contrair empréstimos."

Quem opta por comprar dessa forma pode tentar driblar os juros. "Se for em até cinco vezes eles fazem pelo mesmo preço", comemora a presidente da associação de mulheres donas de casa e consumidores do Paraná, Vera Bartz, referindo-se à loja de roupas em que abastece o guarda-roupa dos dois filhos adolescentes. Vera compra em grandes redes para poder fazer uso do cartão da loja. "Parcelo no máximo de vezes possível e escolho lojas com limite alto no cartão", diz.

Mas quem não é bom pagador encontra dificuldade para se cadastrar nos crediários de lojas. "Pegamos várias fichas ruins e muitos cheques acabam voltando", conta a vendedora da loja Moveleiro da Vila Hauer, Wanda Bassani. Para evitar a inadimplência, ela autoriza poucos pedidos de crédito.

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