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A fábrica vai ocupar um galpão de cinco mil metros quadrados . | Pixabay/
A fábrica vai ocupar um galpão de cinco mil metros quadrados .| Foto: Pixabay/

O crescimento do setor fotovoltaico no Brasil vem atraindo a atenção de investidores estrangeiros. No primeiro trimestre de 2017, começa a operar em Blumenau (SC) uma fábrica alemã de módulos fotovoltaicos equipada com robôs trazidos da Suíça . Cerca de US$ 15 milhões – pouco mais de R$ 50 milhões – foram investidos no negócio.

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A Aecogen Technologies S.A. é resultado da união entre a Aecogen – empresa alemã especialista em energia solar – e a Acera, brasileira de propriedade de executivos alemães. A primeira mantém projetos na Alemanha, Europa e África, enquanto a segunda acumula experiência no Brasil ao operar e manter grandes centrais de geração eólica no Rio Grande do Norte. Juntas, elas pretendem expandir a atuação na área fotovoltaica, motivadas pela ascensão da tecnologia no país, especialmente nos últimos três anos.

Equipamentos “made in Brazil”

Até agora, 17 fabricantes brasileiras produzem os 20 equipamentos para sistemas fotovoltaicos credenciados na linha Finame, do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). Do total, dez empresas com atuação no Brasil constroem módulos fotovoltaicos e demais componentes elétricos para os sistemas, sete se dedicam à fabricação de inversores, duas à construção de “trackers” – que direcionam o módulo para melhor aproveitamento solar – e uma produz a caixa de conexão central.

A fábrica vai ocupar um galpão de cinco mil metros quadrados e, apesar da automação, 30 novos empregos serão ofertados a profissionais da área de engenharia, com possibilidade de aumento em breve.

O maquinário é utilizado em países que já democratizaram a adesão de sistemas fotovoltaicos, como a Alemanha. Alguns componentes que serão utilizados pela fábrica já são produzidos no Brasil; outros vêm de nações como China e da própria Alemanha. A produção deve contribuir com o atendimento da demanda nacional, favorecendo a redução dos preços da tecnologia. Parte da produção será exportada.

“A capacidade inicial da fábrica vai ser de 50 megawatts ao ano, com grandes chances para, dentro de três ou quatro anos, aumentar para 70. Tudo depende da demanda que tivermos”, diz Jean Prayon, sócio da Aecogen Technologies e proprietário da JPrayon Partners Brasil. A JPrayon convenceu a Aecogen a investir em Blumenau, apesar dos planos iniciais de se instalar no Nordeste.

Somaram pontos para a mudança de estratégia as vantagens oferecidas pelo Programa Catarinense de Energia Limpa, o SC+Energia. Lançado em junho de 2015 pelo governo estadual e a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), ele reduz a burocracia para simplificar e agilizar projetos que incentivem a ascensão das tecnologias limpas no estado.

Antes de começar a operar, a Aecogen Technologies já fechou contrato com duas grandes multinacionais brasileiras. Os nomes ainda não podem ser divulgados, mas a expectativa, segundo Jean, é de aumento na geração de empregos no setor. “A demanda por técnicos especializados na instalação dos sistemas vai crescer”, aposta.

Brasil na mira de investidores estrangeiros

Em junho, outra companhia do setor de renováveis anunciou investimento de mais de R$ 2 bilhões na área de geração fotovoltaica no Brasil. A Canadian Solar, com sede no Canadá, operações em diversas países e fábrica na China, também vai produzir módulos solares no país, a partir de uma parceira com a Flex Internacional.

A empresa começa a operar em setembro, em Sorocaba, com capacidade prevista para até 350 megawatts por ano. A fábrica deve gerar 500 empregos diretos e 1,5 mil indiretos.

Para Rodrigo Sauaia, diretor da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a produção local dos componentes, a consolidação de novas fábricas no país e o interesse das empresas estrangeiras pelo Brasil tende a crescer.

“A geração distribuída no Brasil vem aumentando e a centralizada, que depende da construção de usinas fotovoltaicas de grande porte, tem condições reais de crescimento. Só nos últimos três anos, quatro leilões contrataram 3,3 mil megawatts. Serão mais de R$ 12,5 bilhões investidos até 2018, na criação de usinas nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-oeste”, diz.

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