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Executivo

“Equilibrista” do ano dribla crise com finanças em dia

Entrevista com Mauricio Carvalho, gerente financeiro da indústria de equipamentos automotivos Faurecia

Segredo para suportar momentos de crise é ter um caixa equilibrado, diz Maurício Carvalho | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Segredo para suportar momentos de crise é ter um caixa equilibrado, diz Maurício Carvalho (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

A crise industrial instalada é um dos principais causadores do cenário de recessão da economia brasileira e boa parte disso se deve ao enfraquecimento da indústria automotiva. Segundo dados do IBGE, a produção de carros no Brasil caiu 5,3%. Na ponta do comércio, os resultados são ainda piores, com quedas acima de 15% nas vendas. Mesmo assim, na economia, uma crise pode ser sinônimo de oportunidade. Foi este pensamento aliado a uma forte estratégia de aproximação do mercado, alongamento das dívidas e saneamento do caixa que rendeu ao gerente financeiro da Faurecia, Maurício Carvalho, o Prêmio Equilibrista de melhor executivo de finanças do Paraná, realizado pelo Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças (Ibef). Confira a entrevista:

Qual a dimensão da crise da indústria automotiva hoje?

O mercado automotivo é um dos mais importantes do Brasil e a sua cadeia é muito forte. A economia passa por um período difícil e, quando o cenário é de desaceleração, a aquisição de bens de alto valor agregado fica comprometida por parte dos consumidores. Além disso, tivemos uma menor oferta de crédito, que também abala o mercado automotivo. E quais as estratégias planejadas para contornar a crise?

A ideia era se blindar contra períodos de crise, como foi 2008. Queria passar para a área financeira o que acontecia no setor, em cinco frentes que envolveram melhorar a estrutura de capital, gestão de caixa, gestão de risco, processos e governança. São ações internas para montar uma estrutura financeira robusta para momentos difíceis. O setor não tem as melhores margens e, para manter a capacidade de investimento em momentos difíceis, é preciso ter uma estrutura de capital robusta. Realizamos o alongamento das dívidas e nos aproximamos do mercado, o que foi fundamental para que a nossa estratégia fosse atestada. Quais os resultados colhidos?

Temos um grande reconhecimento do mercado, como uma empresa aberta e com estratégias claras. Hoje, temos uma estrutura de capital com fôlego financeiro, conseguindo colocar um nível de capital próprio nos investimentos e em volume adequado para os próximos dois anos, independente do cenário. Temos um caixa mais equilibrado para suportar momentos de crise, apesar de acreditarmos que o mercado vai passar por uma retomada entre 2015 e 2016. Ao traçar a estratégia, também colhemos frutos no aspecto organizacional, com uma equipe mais coesa, que entende os processos do início ao fim.

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