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Manifestantes protestam em Valência: eles dizem que as medidas do governo irão piorar a economia ja debilitada do país | REUTERS/Heino Kalis
Manifestantes protestam em Valência: eles dizem que as medidas do governo irão piorar a economia ja debilitada do país| Foto: REUTERS/Heino Kalis

Governo e sindicatos divergem sobre adesão a greve na Espanha

Os sindicatos espanhóis disseram que a greve geraldesta quinta-feira (29) contra reformas e cortes orçamentários adotados pelo governo praticamente paralisou a indústria pesada, enquanto as autoridades afirmaram que o dia transcorre normalmente

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A Espanha vive nesta quinta-feira (29) um dia de greve geral, em protesto contra a reforma trabalhista e as políticas de austeridade do governo conservador, que pretende aprofundar as medidas na sexta-feira (30), com a aprovação do orçamento de 2012.

Greve registra poucos incidentes

Desde o início da manhã, manifestantes se reuniram no grande mercado central de Madri e nas portas dos grandes bancos e empresas. Voos e outros serviços serão interrompidos. As centrais sindicais CCOO e UGT exibiam faixas com frases como "Reforma trabalhista, Não" ou "Greve geral". Os sindicatos consideraram a paralisação um sucesso, enquanto o ministério do Interior informou a detenção de 58 pessoas.

Trata-se da primeira grande greve contra as políticas do primeiro-ministro Mariano Rajoy, apenas três meses após o premiê tomar posse prometendo cortar a taxa de desemprego na Espanha (de 23%) e estabilizar as finanças públicas. Os grevistas afirmam que a reforma trabalhista vai piorar a situação. O próprio governo admitiu que a taxa de desemprego deve alcançar 24,3% no fim de 2012. Rajoy também enfrenta a pressão de líderes europeus com medo de contágio financeiro na zona do euro.

"Esta é uma justa resposta a uma reforma brutal do nosso sistema de relações de trabalho", disse Ignacio Fernandez Toxo, líder do CCOO, que é um dos dois principais sindicatos da Espanha, ao lado do UGT. As companhias aéreas Iberia, Air Nostrum e Vueling cancelaram cerca de 200 voos. Está previsto um atendimento mínimo nos hospitais, enquanto escolas e creches deverão abrir. As informações são da Dow Jones.

Greve registra poucos incidentes

Nas ruas do centro de Madri havia um pouco mais de trânsito do que o normal, já que mais pessoas usaram seus carros para ir para o trabalho. O governo regional da capital entrou num acordo com as operadores de transporte público para que operassem com no mínimo 30% de sua capacidade.

Na estação de metrô e trem Sol havia menos atividade do que de costume. Lidia Castillo, garçonete de um restaurante próximo, disse que havia menos pessoas do que o normal no trem, que a trouxe do subúrbio de Villaverde. Segundo ela, os trens passam em intervalos de 20 a 30 minutos, em vez dos 10 a 15 minutos habituais.

As ruas próximas à Praça do Sol, na região central, estavam cheias de folhetos espalhados e as frentes das lojas estavam cheias de adesivos nos quais se lia "Estamos em greve!" e "Eles querem tirar nossos direitos!" A rua Carrera San Jeronimo estava cheia de lixo, garrafas de cerveja e os restos de uma pequena fogueira que um grupo de manifestantes acendeu durante a madrugada.

Grupos de manifestantes pacíficos apitavam e agitavam bandeiras.

Em outras partes de Madri, seis policiais ficaram levemente feridos em confrontos com grupos sindicais e manifestantes contrários às políticas de austeridade, informou um porta-voz do Ministério do Interior. Manifestantes bloquearam estrada na Catalunha e em Valência, no leste do país, e fecharam parques industriais em Zaragoza, no norte, de acordo com uma associação de empresas de transporte.

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