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Cem mil domésticos sem carteira assinada passam a contribuir para Previdência

No ano passado existiam 6,4 milhões de empregados domésticos no Brasil, dos quais 4,3 milhões estavam trabalhando na informalidade

Ao contribuir individualmente, as domésticas pagam alíquota de 11% sobre o valor do salário mínimo, ou seja, R$ 86,68 | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Ao contribuir individualmente, as domésticas pagam alíquota de 11% sobre o valor do salário mínimo, ou seja, R$ 86,68 (Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo)

Cem mil trabalhadores domésticos que estão na informalidade passaram a contribuir para a Previdência Social no ano passado, uma forma de garantir um colchão de proteção como aposentadoria por idade, auxílio-doença e salário-maternidade.

De 2013 para 2014, a proporção desses trabalhadores domésticos contribuindo para a Previdência cresceu de 11,9% para 14%, segundo dados da Síntese de Indicadores Sociais, pesquisa divulgada na manhã desta sexta-feira (4) pelo IBGE.

No ano passado existiam 6,4 milhões de empregados domésticos no Brasil, dos quais 4,3 milhões estavam trabalhando na informalidade – desde diaristas a mensalistas que ainda não foram regularizadas pelo patrão.

Isso significa que 613 mil empregadas domésticas sem carteira assinada contribuíam para a Previdência Social no ano passado. Em 2013, eram 512 mil. De um ano para o outro, portanto, o aumento foi 19%.

Regulamentação

Segundo Mário Avelino, presidente do Portal Doméstica Legal, o aumento seria resultado indireto da PEC das Domésticas de 2013. A lei que amplia direitos teria acendido um alerta nas domésticas sobre a necessidade de proteger-se mais.

“Elas podem ter procurado esses direitos e passado a contribuir individualmente mesmo sem ter a carteira de trabalho assinada”, disse Avelino, autor do livro “PEC das Domésticas” (Saberes Editora), lançado neste ano.

Segundo a pesquisa do IBGE, 92% dos empregados domésticos são mulheres. A maioria tinha entre 40 e 49 anos (29,5%) e ganhava de meio a um salário mínimo (38%) no ano passado.

Das que passaram a contribuir para a Previdência como um todo (incluindo com carteira), 57% eram mensalistas (40 horas ou mais de trabalho semanal) e 23,2% diaristas (até 39 horas semanais de trabalho).

Ao contribuir individualmente, as domésticas pagam alíquota de 11% sobre o valor do salário mínimo, ou seja, R$ 86,68. Para se aposentar, é preciso contribuir por, pelo menos, 15 anos, respeitada a idade mínima de 65 anos para homens e de 60 anos para o caso das mulheres.

Apesar do avanço, a proporção de domésticos que contribuem para a Previdência é pequeno. Dos trabalhadores sem carteira em geral, 24% fazem contribuição previdenciária. Uma década atrás, esse percentual era ainda menor, de 3,3%.

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