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Agronegócio

Estoque mundial em queda sustenta preço da soja no Brasil

Produção de soja na Argentina será menor, prevê governo dos EUA | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Produção de soja na Argentina será menor, prevê governo dos EUA (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

O relatório mensal de oferta e demanda mundial do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, na sigla em inglês) divulgado ontem seguiu a expectativa do mercado e reduziu os estoques mundiais de soja. O destaque ficou por conta das reservas norte-americanas, que caíram para 4,5 milhões de toneladas, 10,5% a menos que no relatório de março. O estoque mundial recuou um pouco menos, para 45,84 milhões de toneladas, uma queda de quase 8%.

Os ajustes ajudaram a sustentar as altas da primeira metade da semana verificadas em Chicago. A bolsa fechou o pregão de ontem com variação positiva de um ponto, a US$ 10,07 o bushel (27,216 quilos) da soja. Outro fator que contribui para segurar as cotações é a estimativa do órgão para a safra na Argentina. O USDA derrubou a produção da oleaginosa no país vizinho para 39 milhões de toneladas, contra 43 milhões em março. Para o Brasil, o relatório manteve as 57 milhões de toneladas.

Cenário local

No Paraná, o preço médio pago ao produtor, levantado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria Estadual da Agricultura (Seab) fechou a R$ 45 a saca de 60 quilos. As máximas foram a R$ 48,50 em Ponta Grossa (Campos Gerais), R$ 48 em Irati (Centro-Sul) e Jacarezinho (Norte Pioneiro). Paranaguá manteve prêmio positivo e fechou negócios acima dos R$ 50.

Para o analista Fernando Muraro, da AG Rural, a cotação da soja termina a semana fortalecida – hoje não há pregão na Bolsa de Chicago – e deve se sustentar pelos próximos 30 dias. Na avaliação dele, ainda há uma pequena margem para alta do bushel, que pode atingir os US$ 10,48.

A mudança no viés de alta vai depender agora do comportamento do clima nos Estados Unidos, fator que define a maior ou menor oferta do grão no segundo semestre de 2009. Muraro também aposta numa área maior de plantio nos EUA. No relatório de intenção de plantio do USDA do dia 31 de março a soja ganha cerca de 200 mil hectares, para 30,7 milhões. Ainda assim, a AG Rural continua trabalhando com um incremento de pelo menos 1,5 milhão de hectares. No ano passado, no último relatório, já no final da colheita norte-americana, o USDA conseguiu encontrar 500 mil hectares de área cultivada com soja.

Eugenio Stefanelo, analista da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), concorda que a área nos EUA será maior e faz um alerta ao produtor brasileiro: "O ano é de muita volatilidade de preço e o momento é de especulação sobre plantio e clima no hemisfério norte. É possível que a área possa aumentar e o clima seja normal, com fortes chances de os preços baixarem". Em resumo, é uma boa hora para vender parte da produção.

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