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investigação

EUA acusam brasileiro de operar esquema de pirâmide

Órgão regulador do mercado americano de capitais abre processo contra empresa que alega operar 50 minas de ouro no Brasil e na África

A Securities and Exchange Commission (SEC), que regula o mercado de capitais dos Estados Unidos, abriu um processo em uma Corte Federal em Boston no qual acusa a DFRF Enterprises, empresa fundada pelo brasileiro Daniel Fernandes Rojo Filho, de operar um esquema de pirâmide financeira, também chamado de esquema Ponzi, que já levantou US$ 15 milhões desde meados de 2014 oferecendo retorno de 15% ao mês com base em minas de ouro.

A DFRF, nome formado pelas iniciais do fundador, é acusada de fraudes na comunidade latina em estados como Flórida e Massachusetts. A empresa alegava ter mais de 50 minas de ouro no Brasil e na África, de acordo com os documentos divulgados pela SEC. O processo destaca que, em um vídeo no YouTube postado em outubro de 2014, Rojo Filho alegava que suas reservas de ouro no Brasil eram avaliadas em US$ 4,2 bilhões.

As receitas da empresa, porém, não vinham da extração do metal ou dos negócios com ouro, mas da venda de títulos de membros a investidores dessas comunidades nos EUA, que falavam português e espanhol.

O esquema de pirâmide levantou mais de US$ 15 milhões, de 1,4 mil investidores desde meados de 2014, de acordo com o comunicado da SEC. Apenas em maio deste ano, a empresa levantou US$ 4,2 milhões de novos aplicadores. Novos participantes eram estimulados a buscar outros membros, de modo a manter os recursos fluindo e os primeiros recrutadores recebiam uma comissão.

A SEC acusa ainda Rojo Filho, 47 anos, de ter gasto US$ 6 milhões de seus investidores para comprar carros luxuosos e outros itens pessoais valiosos. O brasileiro teve seus ativos congelados, de acordo com o comunicado. O processo cita que ele tem outras acusações nos EUA, incluindo uma participação em tráfico de drogas e lavagem de dinheiro em 2010. O documento da SEC relata ainda que a DFRF iludia potenciais aplicadores afirmando que o dinheiro investido estaria completamente coberto por um seguro e que a companhia tinha uma linha de crédito com um banco na Suíça. Além disso, um quarto do lucro da DFRF estaria sendo destinado para caridade na África.

“A DFRF e seus promotores falsamente alegavam que estavam tocando minas lucrativas de ouro, quando na realidade estavam operando um esquema de pirâmide”, afirma o diretor regional da SEC em Boston, John Dugan, em um comunicado à imprensa. O site da empresa, em português, oferece retorno de 15% ao mês e tem uma série de vídeos descrevendo a operação e falando do seguro dos recursos e do banco suíço.

Esquema

O brasileiro é residente na Flórida e orquestrou o esquema de pirâmide com outras seis pessoas, segundo a SEC, incluindo Gaspar Jesus, de Massachusetts, e Romildo Da Cunha, do Brasil, todos processados pela SEC. A empresa vendia os títulos de membro a investidores em reuniões em hotéis em Boston, cidade que tem uma comunidade grande de brasileiros, e em outras regiões. Os papéis também eram oferecidos em vídeos na internet.

Rojo Filho alegava que a DFRF tinha registro na SEC e que iria abrir o capital. Em outros vídeos, a empresa era apresentada como uma companhia que tinha ações em bolsa com valor que não parava de subir, mas o código do papel não poderia ser relevado para “nossa proteção e sua proteção”.

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