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O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), o Tesouro Americano e o Congresso dos EUA anunciaram o lançamento de um pacote de medidas contra a crise do setor bancário do país , com o objetivo de estancar os prejuízos que já atingiram a casa do trilhão de dólares e provocaram o contágio da economia global. Em rápida entrevista, o secretário de Tesouro Henry Paulson disse nesta sexta-feira que o pacote de socorro será de centenas de bilhões de dólares e terá que ser aprovado pelo Congresso. Ele também explicou que o pacote ainda não está fechado e que continuará trabalhando nisso no final de semana. O presidente norte-americano George W. Bush, também em discurso, afirmou que a economia americana está em um período crucial e pediu união dos partidos para aprovação do plano de recuperação econômica.

O objetivo principal do acordo é dar garantias às instituições que têm ativos podres (de difícil recebimento) relativos ao problemático mercado hipotecário americano, que iniciou a crise que já dura um ano e cujo ápice foi atingido agora. O anúncio fez as bolsas de todo o mundo dispararem. As bolsas de São Paulo, dos EUA e européias operam com forte alta, enquanto as asiáticas fecharam com grande valorização. A bolsa russa interrompeu seu pregão por causa da forte alta.

O anúncio do pacote nos EUA também provoca desvalorização do dólar no Brasil. Às 12h10, o dólar recuava 5,23%, cotado a R$ 1,829. A moeda americana também se desvaloriza por causa do leilão de US$ 500 milhões programado pelo Banco Central brasileiro. Os negócios com o contrato de dólar futuro para outubro na BM&FBOVESPA pararam porque o valor do último negócio realizado atingiu o limite inferior estabelecido pela Bolsa (R$ 1,845,479). Os investidores podem continuar a inserir ordens no sistema, desde que o valor pretendido de compra ou venda não ultrapasse limite inferior ou superior. Os limites são estabelecidos de acordo com o preço de ajuste do contrato no dia anterior e divulgados pela manhã.

O pacote de medidas do governo americano para conter a crise financeira inclui a criação de uma agência pública para ajudar os bancos americanos em dificuldades. A idéia é comprar as dívidas de todos os bancos que tiveram rombos por causa dos calotes do setor imobiliário, que detonou a crise financeira. É a mesma solução que já foi usada pelo banco central americano no fim dos anos 80 para recuperar instituições em perigo. Ainda faltam detalhes de como esta agência atuaria. Depois de uma ação coordenada ontem entre os seis maiores Bancos Centrais do mundo, os BCs mantêm injeção de recursos apesar de alta dos mercados.

Conheça as medidas anunciadas pelos EUA

Uma medida que começa a valer hoje para conter a crise é a suspensão de vendas a descoberto de 799 ações do setor financeiro nos Estados Unidos. O anúncio de medida semelhante na Grã-Bretanha no final da quinta-feira garantiu um avanço de 40% nas ações de bancos no mercado londrino.

Na manhã desta sexta-feira, o Fed anunciou medidas para estabilizar a indústria de Money Market Funds (MMF), aplicações de curto prazo e baixo risco. Uma das iniciativas contempla a oferta pela autoridade monetária de empréstimos aos bancos para que tenham recursos a fim de atender a demanda de saques dos clientes no money market. O banco central americano pretende ainda comprar obrigações da dívida de curto prazo emitidas pelas gigantes hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac e pelos Federal Home Loan Banks.

Ibovespa em alta

Às 12h10, o Ibovespa, principal índice da Bovespa, subia 6,86% a 51.746 pontos. As ações preferenciais da Petrobras subiam 4,53% a R$ 33,66, e as da Vale ganharam 5,49% a R$ 36,50. Bradesco PN avançou 5,65% a R$ 29,90. Enquanto BMF BOVESPA ON subia 14,64% a R$ 9,00.

Bolsas da Ásia fecham com forte alta

As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta sexta-feira, após as medidas tomadas pelos principais bancos centrais do mundo na quinta-feira e diante da expectativa do novo plano dos EUA para conter a crise financeira. Os destaques foram as bolsas de Xangai e Hong Kong que registraram, respectivamente, altas de 9,46% e 9,61%.

O índice Nikkei da bolsa de Tóquio terminou o pregão em alta de 3,76%. O índice Kospi da Bolsa de Seul subiu 63,36 pontos (4,55%), até chegar aos 1.455,78 pontos, no fechamento. Outras bolsas asiáticas também fecharam em alta de mais de 3%: Taiwan encerrou em alta de 5,82%, Cingapura registrou avanço de 4,61% e Jacarta apresentou uma alta de 6,61%.

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