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Sobre o tema mais delicado das relações do Brasil com a Bolívia, a exploração de gás boliviana pela Petrobras, o presidente eleito Evo Morales garantiu que seu governo respeitará contratos e cumprirá rigorosamente a lei.

Ele anunciou que a Petrobras, responsável pelo refino de mais de 90% do petróleo da Bolívia, será sócia do seu país. Estava se referindo a uma parceria da estatal brasileira com a empresa estatal Bolívia, a YPFB, que será refundada.

- Não somos irresponsáveis. A Petrobras será sócia da Bolívia, da empresa estatal refundada. Queremos reafirmar o que dizemos na campanha: o presidente Evo Morales vai respeitar a propriedade privada e vamos garantir as empresas privadas que queiram recuperar seus investimentos e terão direito a seus lucros. Vamos ser radicais com empresas petrolíferas contrabandistas, que não pagam impostos. Se respeitarem as leis, serão bem-vindas - ressaltou Morales.

Apesar de o presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, ter admitido que a Petrobras poderá ter redução de lucros na Bolívia, o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, disse que Lula 'saiu tranqüilo do encontro':

- O presidente Lula entrou tranqüilo e sai mais tranqüilo ainda pelo tom da conversação estabelecida (sobre o gás). O presidente Morales ofereceu segurança jurídica no país para os investimentos de uma maneira geral e foi enfático ao dizer isso (que não haverá estatização).

A Petrobras está disposta a abrir mão de parte de seus lucros nas operações que tem na Bolívia. O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse, depois de se reunir com Lula Morales que em uma provável parceria a estatal brasileira combinará a busca de seu crescimento, de sua rentabilidade e de sua responsabilidade social no país vizinho, assim como faz também no Brasil. Para ele, existe um ambiente favorável às negociações, que não têm prazo para serem concluídas.

- Melhor um lucro maior, mas se ele inviabilizar o investimento, é melhor não ter o lucro maior. É melhor um lucro menor, do que um lucro zero - admitiu o presidente da estatal.-Nós precisamos deles e elesprecisam de nós. Eles precisam de nós porque nós somos o principal mercado consumidor do gás boliviano, e não há nesse momento alternativas para a distribuição do gás. E nós precisamos deles porque precisamos de gás.

Um argumento favorável à Petrobras é que a empresa foi a única das estrangeiras presentes na Bolívia que não anunciou que recorreria a um tribunal internacional contra a lei de hidrocarbonetos - que elevou os impostos pagos pelas petrolíferas: a carga tributária subiu de18% para 50%.

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