• Carregando...

O crescimento da economia chinesa acima do esperado, de 11,9% no primeiro semestre, deverá beneficiar o Brasil. O país, que é grande exportador de commodities - produtos cujos preços oscilam de acordo com o mercado internacional - teve no mercado chinês seu terceiro maior comprador em junho.

De acordo com o economista-chefe do Unibanco, Marcelo Salomon, a demanda aquecida por metais, petróleo e outros tipos de commodities poderá deixar ainda mais positiva a balança de pagamentos brasileira.

- A economia chinesa vem crescendo muito depressa e, provavelmente, vamos ver algum aperto monetário para não haver aumento da inflação. Mas não deverá ser nada que assuste o mercado financeiro internacional e provoque uma fuga de recursos dos países emergentes - diz.

Em junho, o Brasil registrou exportações de US$ 13,119 bilhões. Deste montante, US$ 1,073 bilhão foi destinado à China, terceiro maior comprador do país, atrás apenas de Estados Unidos (US$ 2,209 bilhões) e Argentina (US$ 1,168 bilhão).

Os dois itens com o maior peso nas vendas do país foram justamente soja em grãos (US$ 817 milhões) e minério de ferro (US$ 736 milhões), duas commodities.

O economista -chefe do banco Schahin, Silvio Campos Neto, concorda. Mas alerta para a inflação do país oriental, que ficou em 4,4% em junho, na comparação com o mesmo mês de 2006.

- Esse percentual alto cria uma expectativa de aumento da taxa de juros e dos compulsórios, além da redução dos incentivos que são dados às exportações para que parte dos produtos voltados ao mercado externo seja redirecionada para abastecer a demanda interna.

Segundo ele, se o "aperto" for bem-sucedido, poderá reduzir a demanda por produtos brasileiros, que teria impacto na balança comercial e no câmbio.

- Mas não acho que eles tomarão nenhuma medida drástica - avalia.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]