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Os grandes bancos públicos e privados do país tiveram expansão de 12,5% sua carteira de crédito em 2024, na comparação com o ano anterior, passando de R$ 5,44 trilhões para R$ 6,12 trilhões. Os que mais elevaram o crédito foram o Itaú (+15,5%) e o Banco do Brasil (+15,3%), seguidos pelo BNDES (+13,6%), Bradesco (+11,9%), Caixa Econômica Federal (+10,4%) e Santander (+6,2%).
Ao todo, os bancos estatais ampliaram o crédito em 12,9%, acumulando R$ 3,10 trilhões em sua carteira, enquanto os bancos privados aumentaram em 12,1%, atingindo R$ 3,02 trilhões. A informação é do site Poder 360, com base nos balanços financeiros das companhias.
A carteira de crédito é o total de todos os empréstimos realizados em um determinado período, sendo normalmente dividida nas categorias empresarial e pessoal.
Os bancos também elevaram seu lucro líquido. O destaque ficou com o Santander (+47,8%) e a Caixa (+31,9%), seguidos pelo Bradesco (+20%), Itaú (+19,5%), BNDES (11,1%) e Banco do Brasil (+6,6%). Em relação ao lucro, os bancos privados tiveram aumento de 23,9% e os estatais 12%.
Economia aquecida impulsionou expansão do crédito
Alex Agostini, economista-chefe da agência de risco Austin Rating, afirmou que a expansão se deveu ao aquecimento da economia no ano passado. A expansão de 3,4% do PIB (Produto Interno Bruto) superou as expectativas.
O governo foi responsável por parte do crescimento, com investimentos de quase R$ 400 bilhões em programas sociais e transferências de renda. Embora impulsione os resultados, o modelo traz como desafios o equilíbrio fiscal e a própria inflação, agravada pela alta da taxa básica de juros pelo Banco Central.
Por outro lado, os juros altos tendem a reduzir a oferta de crédito, e Agostini avalia que, neste ano, a expansão das carteiras crédito deve desacelerar. O governo, no entanto, aposta em novas linhas, como a proposta de novas regras para o consignado privado.
De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o novo modelo de consignado para o setor privado, que não requer convênio entre os bancos e as empresas empregadoras, irá gerar "crédito barato" para cerca de 42 milhões de trabalhadores brasileiros.
No fim de fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou uma medida provisória que liberou o resgate dos recursos do FGTS retidos pelos trabalhadores que optaram pelo saque-aniversário.
Agora, os trabalhadores que foram demitidos a partir de janeiro de 2020 e que tenham optado pelo saque-aniversário já podem sacar o remanescente do FGTS retido em suas contas. O mercado estima que a iniciativa injete R$ 12 bilhões na economia.




