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O resultado do reconhecimento da nossa cachaça como produto "genuinamente brasileiro" pelos Estados Unidos, em abril deste ano, já é percebido pelo setor. De acordo com o Ministério da Agricultura (Mapa), de janeiro a junho de 2012, o volume de cachaça adquirido pelos Estados Unidos aumentou 12,62%, se comparado aos primeiros seis meses de 2011.

O reconhecimento de nossa bebida ocorreu oficialmente durante a visita do presidente americano Barack Obama ao Brasil, após mais de dez anos de negociações. Até então, a cachaça brasileira era identificada como Brazilian Rum, o que colocava a cachaça e outros destilados de cana na mesma categoria. Agora, as bebidas destiladas de cana identificadas como cachaça só podem ser vendidas nos Estados Unidos se forem produzidas no Brasil.

Os produtores de cachaça em escala industrial acreditam que esse reconhecimento deve alavancar as vendas no exterior, e há muito espaço para expandir produção e vendas para o mercado externo. "Mesmo com o crescimento da exportação para os Estados Unidos, o valor alcançou pouco mais de US$ 1 milhão neste ano. Em princípio, a mudança é importante para evitar que a cachaça se torne mais uma bebida destilada genérica, como a vodca", disse o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Cachaça, Vicente Bastos Ribeiro.

A capacidade de venda para o exterior é grande. Menos de 1% da capacidade produtiva do setor, de 1,2 bilhão de litros por ano, é exportado. Em 2011 cerca de 90 empresas exportaram um total 9,8 milhões de litros, gerando uma receita de US$ 17,3 milhões, de acordo com o Mapa. Desse total, pouco mais de 10% foi vendido para os Estados Unidos.

Além do reconhecimento oficial, a cachaça foi favorecida pelo bom momento das exportações brasileiras para os EUA. Nos seis primeiros meses do ano, o Brasil exportou ao todo US$ 13,7 bilhões para lá e importou cerca de US$ 16 bilhões, resultando em um déficit de quase US$ 2,3 bilhões na balança comercial com aquele país. Mas, na comparação com o mesmo período de 2011, houve uma redução de 43% nesse déficit, já que o saldo do primeiro semestre do ano passado foi de praticamente US$ 4 bilhões negativos.

Essa redução aconteceu porque, na confrontação entre os dados acumulados nos dois períodos, a exportação brasileira avançou 17,38% enquanto a importação ficou praticamente estacionada, avançando apenas 1,74%.

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