O volume de celulose exportado pelas empresas brasileiras do setor em julho mostrou forte recuo em relação ao mesmo período do ano passado, mas ainda registra ligeiro avanço no acumulado de 2010.
Segundo dados divulgados nesta terça-feira pela Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), no mês passado o país exportou 634 mil toneladas de celulose, queda de 23,2 por cento em relação a julho de 2009 e de 7 por cento ante junho. Praticamente toda a celulose exportada no mês passado foi de fibra curta, no Brasil produzida a partir do eucalipto.
Segundo a presidente da Bracelpa, Elizabeth de Carvalhaes, em julho do ano passado, quando foram exportadas 825 mil toneladas de celulose, houve um "pico" para o setor, visto que em junho de 2009 foram 759 mil toneladas e em agosto, 665 mil toneladas.
"Esses números mostram que em julho do ano passado foi registrado um pico no volume de exportações, por conta da antecipação de compra. Foi esse pico que levou à diferença em relação a julho de 2010, que reflete outro cenário", disse a presidente à Reuters.
No acumulado do ano, as exportações totalizaram 4,842 milhões de toneladas, alta de 2,8 por cento em comparação aos sete primeiros meses de 2009. A receita das exportações no mesmo período, entretanto, mostra forte alta: 50,2 por cento, para 2,703 bilhões de dólares.
A Europa continuou sendo o principal destino da celulose brasileira, com receita de 1,189 bilhão de dólares em julho. A China, por sua vez, foi responsável por uma receita de 704 milhões de dólares
Já a produção do insumo subiu 5,1 por cento em julho ante o mesmo mês do ano passado e 11,3 por cento em relação a junho, chegando a 1,215 milhão de toneladas. No ano, o crescimento é de 8,3 por cento, para 8,109 milhões de toneladas.
Do total da celulose produzida em julho, 1,05 milhão de toneladas correspondeu a fibra curta, enquanto 127 mil toneladas foram de fibra longa. Pastas de alto rendimento, por sua vez, registraram produção de 38 mil toneladas.
PRODUÇÃO DE PAPEL CRESCE
Ainda de acordo com a Bracelpa, a produção de papel cresceu 3,7 por cento em julho na comparação anual e 6,9 por cento ante o mês anterior, chegando a 833 mil toneladas. No acumulado do ano, o crescimento é de 6,5 por cento, para 5,662 milhões de toneladas.
Do total produzido no mês passado, 420 mil toneladas corresponderam a papéis para embalagens. O segmento registrou crescimento de 4 por cento ante julho de 2009 e de 13,2 por cento ante junho.
Papéis de imprimir e escrever, por sua vez, tiveram aumento na produção de 5,1 por cento em relação ao sétimo mês do ano passado e de 2,7 por cento contra junho, chegando a 228 mil toneladas.
As exportações de papel foram de 161 mil toneladas no mês passado, queda de 4,7 por cento ante o mesmo período do ano passado e de 6,9 por cento ante junho. No acumulado de 2010, a alta é de 11,2 por cento, a 1,255 milhão de toneladas.
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