As exportações feitas por Maringá ao longo de 2010 superaram a marca de US$ 1,9 bilhão, com crescimento de 117% sobre o ano anterior, o maior entre os principais municípios exportadores do estado, segundo balanço das transações internacionais divulgado ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Com o desempenho do ano passado, o município saltou 21 posições no ranking brasileiro das exportações (chegando ao 18.º lugar) e três no estadual, ficando atrás apenas de Paranaguá, que comercializou US$ 3,7 bilhões no ano passado.
Até então, o melhor desempenho anual da cidade havia sido obtido em 2009, quando as vendas externas renderam US$ 891,6 milhões. De acordo com o pesquisador Wagner Botelho Godinho, da Saint Paul Escola de Negócios, de São Paulo, parte do crescimento deve ser creditado ao setor de commodities, como a soja, cujos grãos e derivados respondem por aproximadamente 50% dos itens maringaenses embarcados para o exterior em 2010. Os grãos da oleaginosa também foram responsáveis por 17% na participação total dos produtos exportados pelo Paraná, colaborando para que as vendas externas ultrapassassem US$ 14,1 bilhões e fechassem o ano com uma alta de 26,3% em relação a 2009. "Houve um estouro nas exportações de commodities. Isso não ocorreu tanto em função do câmbio, que não está estimulante, mas sim devido à elevação e à manutenção de preço desses produtos", explicou Godinho. Somente os grãos da soja renderam US$ 2,3 bilhões ao Paraná.
Já as vendas de açúcar bruto chegaram a US$ 1 bilhão (7,4% de participação). Entre os produtos mais vendidos pelo estado também estão óleo de soja (US$ 1 bilhão), frango congelado (US$ 873 milhões) e automóveis (US$ 770,7 milhões).
Parceiros
O principal destino dos produtos paranaenses é a China, que desembolsou US$ 2,2 bilhões (16% das vendas brasileiras), seguida por Argentina (US$ 1,6 bilhão), Alemanha (US$ 997,9 milhões), Holanda (US$ 636,6 milhões) e Estados Unidos (US$ 540,7 milhões).
Já os maiores compradores dos produtos maringaenses são os países asiáticos, que juntos desembolsaram US$ 4,1 bilhões (29,2% das vendas do município). Entre os blocos econômicos, boa parte dos negócios também foi feita com a União Europeia (US$ 2,9 bilhões), Mercosul (US$ 2,2 bilhões), Aladi (US$ 1,2 bilhão) e Oriente Médio (US$ 1 bilhão).
Importações
As importações tiveram um expressivo aumento ao longo de 2010 no Paraná. Durante todo o ano passado, foram comercializados US$ 13,9 bilhões, valor próximo do arrecadado com exportações. A quantidade é 45% maior que a do ano anterior. Para o especialista em comércio exterior Gustavo Machado, sócio da consultoria GT Internacional, os setores industrial e da construção civil estão entre os responsáveis por esse crescimento.
"Tivemos um aquecimento no mercado interno que motivou a modernização das empresas. As indústrias aproveitaram o momento de janela baixa do dólar para comprar novos equipamentos. Isso significa mais competitividade para as nossas empresas", explicou Machado. O pesquisador Wagner Godinho também vê com bons olhos a importação. "Em um espaço de carência de seis meses, isso refletirá em novas exportações", avaliou o professor da Saint Paul Escola de Negócios.
As exportações brasileiras fecharam o ano passado com recorde histórico de US$ 201,9 bilhões. O número supera as exportações de 2008, com US$ 197,9 bilhões, até então o maior valor da série histórica. As importações também foram recordes, com US$ 181,6 bilhões. O maior resultado das compras externas havia sido igualmente em 2008, com US$ 172,9 bilhões.
