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Confecção

Expovest mostra que qualidade e prazo afastam fantasma chinês

Empresários esperam movimentar R$ 20 milhões com a coleção primavera-verão

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Vídeo: (Foto: RPC TV)

Cianorte – Os shoppings de atacado abriram ontem às 6 h e lojistas de vários estados invadiram os boxes de fabricantes de confecção de Cianorte (Noroeste do Paraná), pilotando carrinhos de compra à procura de novidades das coleções primavera-verão. A cidade de 70 mil habitantes, dos quais 30 mil são empregados na indústria de confecção, já foi conhecida como o "paraíso das sacoleiras". Ao chegar à 21.ª edição de sua feira Expovest, revela profissionalismo crescente e quer aparecer mais. Os empresários buscam melhorar não apenas a produção, mas também o atendimento de prazos dos clientes e a divulgação de suas marcas.

Com investimentos desse tipo e em maquinário, a ameaça da concorrência chinesa, com seus preços imbatíveis, vai deixando de preocupar o empresário Ademir Nabhan, proprietário das marcas Beeight e La Rossi. "Vencemos com modelos melhores e com prazo mais curto para o desenvolvimento de calças jeans", conta. Foi assim que ele permaneceu fabricando as marcas próprias da varejista Renner (Blue Steel e Request) quando esta questionou a diferença de preços entre seus produtos e os feitos na China.

Com a manutenção desse enorme contrato e o fornecimento a outras 30 lojas para quem desenvolve jeans, Nabhan garante metade de seu faturamento anual. Para este ano, ele espera resultado total de R$ 660 milhões, com a venda de 70 mil peças ao mês. Nabhan investiu esse ano R$ 2 milhões em melhorias, a metade em maquinário. O gasto também inclui o cachê de atores globais. "Está sendo um ano muito bom, voltado para o mercado interno."

Como Ademir Nabhan, a presidente desta edição da Expovest, Lúcia Figueiredo, adora um chão de fábrica. São empresários que aprenderam fazendo, se orgulham disso e não dispensam o contato direto com o desenvolvimento de novos produtos. Dona das marcas Retrato Falado, Lúcia Figueredo e Lu and Lu, Lúcia emprega 700 pessoas, 260 só em Cianorte.

Além de fazer duas viagens internacionais por ano para conhecer as tendências, ela e vários outros proprietários de confecção da cidade entenderam que precisam aparecer mais. "Fomos muito tímidos até agora", declara Lúcia, que também é coordenadora do Arranjo Produtivo Local (APL) da confecção, organizado em torno da região de Cianorte. Os compradores que já conhecem a região chegam à cidade em busca de peças da moda e de atendimento melhor que em outros pólos. "Aqui o parcelamento é maior, tem peças exclusivas e em tamanhos maiores, que nem sempre outras praças oferecem", enumera a lojista Ana Paula Pessoa, de Jaú (interior de São Paulo), que compra em Cianorte a cada 15 dias. Sentada numa banqueta, ela analisa peça por peça da nova coleção da loja Marian, especializada em "moda evangélica". "Vou levar uns R$ 10 mil em peças hoje", conta Ana Paula, que chegou com uma excursão de 45 pessoas. A loja atacadista espera vender R$ 50 mil durante a Expovest. Em semanas normais, fatura a metade disso.

A principal base de comparação dos compradores é com as lojas instaladas nos bairros Bom Retiro e Brás, de São Paulo. "Considero o atendimento melhor aqui. Não chego ao hotel com o cabelo duro de poluição", diz a lojista de Içara (Santa Catarina), referindo-se à capital paulista, para onde vai com freqüência devido à grande oferta de modelos.

Comprando peças de primavera-verão em plena frente fria, ela decidiu reduzir o gasto. "Vou levar pouco porque ainda não está no clima", explica.

A Expovest vai até quinta-feira. São esperados 5 mil compradores, 30 mil visitantes e o fechamento de R$ 20 milhões em negócios.

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