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Redes sociais

Facebook muda para ficar mais parecido com a vida real

Nova função permite dividir os amigos em grupos pequenos. Apesar de dúvidas sobre privacidade, mudança foi considerada bem vinda

Zuckerberg (em pé) na entrevista em que apresentou novidades do site: maior controle da exibição de conteúdos | Norbert von der Groeben/Reuters
Zuckerberg (em pé) na entrevista em que apresentou novidades do site: maior controle da exibição de conteúdos (Foto: Norbert von der Groeben/Reuters)

O Facebook está tentando se tornar um pouco mais parecido com o mundo real. A empresa lançou na semana passada uma funcionalidade que permite que aos usuários interajam com pequenos grupos de pessoas, como suas famílias, amigos da escola ou colegas de trabalho. A medida é um esforço na tentativa de resolver um antigo problema: os amigos do Facebook conseguem visualizar e acessar um grande número de informações pessoais das pessoas com quem se relacionam, o que envolve parentes, colegas de classe, conhecidos do trabalho e parceiros de academia – e não é todo mundo que quer ver suas informações pessoais ao alcance de todos.Com a nova funcionalidade, chamada Groups, o Facebook espera encorajar seus usuários a postar mais fotos, vídeos e outras informações em seus perfis ao mesmo tempo em que dispõem de novas formas de controlar quem vê o quê. Alguns dos defensores da privacidade saudaram a funcionalidade Groups, mas outras pessoas ficaram preocupadas com o fato de o Facebook ter ainda mais informações sobre seus usuários, que, além das questões de segurança, podem ser vendidas para empresas de marketing.

Em entrevista, Mark Zucker­berg, co-fundador e chefe-executivo do Facebook, disse que a funcionalidade, que esteve em desenvolvimento por vários meses, não foi criada em função de uma série recente de violações de privacidade que forçaram a empresa a tirar do ar algumas funcionalidades e pedir desculpas aos usuários do serviço. "Pensamos muito sobre isto", disse Zuckerberg, ao se referir à privacidade. "As pessoas não pensam sobre isso com tanta frequência como nós". Ele disse que o Groups era simples em seu con­­ceito, mas tecnicamente difícil.

Zuckerberg também observou que o Groups não foi o primeiro esforço da empresa para permitir que os usuários compartilhem informações com mais privacidade. O site permite há tempos que seus usuários criem listas de amigos, mas tal função sempre teve falhas. O executivo ainda disse que apenas 5% dos usuários do Face­book tiram proveito das listas.

A funcionalidade Groups permite que qualquer pessoa crie um grupo e inclua outras pessoas. Por exemplo, o primo de um usuário pode criar um grupo para sua família e colocar todos os membros da família nele. Desta forma, o Facebook defende que, mesmo que apenas uma pequena porcentagem de usuários crie grupos, a maioria das pessoas que utilizam o site acabará fazendo parte de vários grupos. "Acreditamos que isto representará uma mudança fundamental na maneira como as pessoas utilizam o Facebook. O compartilhamento de informações aumentará massivamente e será completamente suplementar". Uma vez que um grupo é criado, os usuários podem postar informações apenas para aquele grupo, além de poder se comunicar simultaneamente com todos no grupo através de chat online.

Zuckerberg disse que outros aplicativos e serviços que utilizam a tecnologia do Facebook poderão utilizar o Groups, e que o Groups irá ajudar a melhorar outras partes do Facebook. "Saber a qual grupo você pertence nos ajuda a entender as pessoas que são mais importantes para você, e isto nos auxilia a classificar os itens para o news feed", disse o executivo.

Larry Magid, vice-diretor do ConnectSafely.org, um grupo sem fins lucrativos que defende a segurança online para crianças, disse que o Groups pode ajudar a proteger a privacidade. "Contudo, existe o perigo de uma falsa sensação de segurança", alertou Magid, cuja organização recebe suporte financeiro do Facebook e de outras empresas de tecnologia. Magid disse que um membro do grupo poderia deliberada ou inadvertidamente permitir que um estranho fizesse parte de tal grupo, o que potencialmente exporia informações internas a uma pessoa desconhecida.

Zuckerberg disse que idealizou um sistema que pode se auto-policiar visto que todos no grupo serão notificados sobre a participação de um novo membro, o que iria imediatamente delatar um participante indesejado. Todavia, Marc Rotenberg, diretor-executivo do Centro de Informações sobre Privacidade Eletrônica, classificou o novo serviço como sendo "uma faca de dois gumes". É bom poder segmentar postagens de amigos. Mas você também estará revelando informações sobre a base de seus contatos". Rotenberg disse que se preocupa com a forma como o Face­book usa essas informações.

Na última quarta-feira, o Facebook lançou dois outros serviços: um permite que os u­­suá­­rios baixem suas informações em um único arquivo, outro permite que as pessoas monitorem como aplicativos de terceiros ganham acesso a seus dados pessoais.

Tradução: Thiago Ferreira

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