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Para especialista, problema é anormal e deve ser investigado

Professor e diretor da Coppe/UFRJ, o especialista em energia Luiz Pinguelli Rosa afirmou que, com base nas informações até o momento do ONS, este problema não é normal e precisa ser investigado. Para ele, há claros indícios que o sistema de distribuição está enfrentando problemas, pois há cerca de duas semanas houve problemas na distribuição da energia na região Norte e Nordeste.

Naquele caso, um transformador de corrente da subestação da Eletronorte na cidade de Imperatriz, no Maranhão, entrou em curto-circuito, levando a um corte programado de cerca de 30% no fornecimento de energia aos estados do Nordeste, e em Tocantins e Pará, na região Norte.

"A boa notícia desta vez é que conseguiram isolar o problema, não foi um problema que afetou estados e grandes regiões inteiras, e que o restabelecimento foi muito rápido, se for confirmado que o problema durou cerca de 30 minutos isso é um bom sinal", afirmou Pinguelli, lembrando que o problema do brasil não é de geração de energia.

Parte das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e os Estados do Acre e Rondônia sofreram, na noite desta quarta-feira (3), um corte na distribuição de energia em razão de uma pane em um dos transformadores de uma subestação da usina de Itaipu, administrada por Furnas, em Foz do Iguaçu (PR).

Alguns bairros de Curitiba, além de cidades da região metropolitana e do litoral, sofreram com a interrupção no fornecimento de energia.

Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), órgão responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN), não se sabe ainda que tipo de pane afetou o transformador. O problema teve início às 20h56. O sistema de geração de energia começou a se normalizar às 21h22.

Em algumas cidades, o corte na energia durou cerca de 15 minutos. Ainda, segundo o ONS, a pane gerou perda em Itaipu, obrigando o envio imediato de um pedido às empresas distribuidoras que suspendessem momentaneamente a distribuição para aliviar e equilibrar o sistema.

A manobra é realizada como forma de proteger os equipamentos. Houve a perda de 3.500 MW de um total de 60.000 MW produzidos, ou seja, pouco mais de 5%. A real extensão do blecaute e só deverá ser conhecida nesta quinta-feira, quando os técnicos começarem a investigar as causas.

A subestação que apresentou a falha - que integra o circuito de 50 Hertz que passa pela cidade de Ivaiporã, no Paraná - faz parte do sistema de transmissão que conecta a usina de Itaipu a São Paulo.

De acordo com o presidente brasileiro da hidrelétrica binacional, Jorge Samek, a usina gerava por volta de 5.000 mw no momento da interrupção. Mesmo sem confirmação sobre o motivo da queda de energia, ele garantiu que a falha não ocorreu em Itaipu. "Não houve nenhum problema na usina, que continuou gerando normalmente", afirmou Samek.

Ele informou que, por volta 21h50, o sistema já havia sido restabelecido e o nível de carga transmitido a partir de Itaipu já ultrapassava a marca de 4.000 MW, ou seja, próximo do nível gerado antes da interrupção.

Outros estados

Em São Paulo, a Eletropaulo, empresa responsável pela distribuição de energia elétrica em 24 cidades do Estado, informou que o corte durou entre 2 e 5 minutos e atingiu pelo menos oito cidades da Região Metropolitana. Na capital, ficaram sem energia elétrica alguns bairros das zonas sul e leste. Na Grande São Paulo, foram afetados 695 mil clientes.

No Rio de Janeiro, ficaram sem energia alguns bairros da capital fluminense e municípios da Baixada e da Região Metropolitana, como Niterói e São Gonçalo. Segundo a assessoria de imprensa da concessionária Ampla, que atende as cidades de Niterói, São Gonçalo e da Região dos Lagos, a interrupção no fornecimento começou às 20h55. Em 80% das cidades cobertas pela Ampla, a falta de energia durou aproximadamente 15 minutos e, nas demais, a interrupção foi por cerca de 30 minutos. A energia foi totalmente restabelecida pouco antes das 21h30.

Na área coberta pela Light, a queda de energia atingiu algumas subestações do município do Rio, além de Nova Iguaçu, Itaguaí e Seropédica, na Baixada Fluminense. A interrupção no fornecimento não chegou à zona sul da capital fluminense nem no centro financeiro do Rio.

Em Minas Gerais, a Cemig informou que a falta de luz atingiu vários municípios do Estado, entre eles Sete Lagoas, Uberaba, Patos de Minas, Uberlândia, Lavras, Caxambu e Ribeirão das Neves.

O ONS informou ainda que a queda da energia no estádio Centenário, em Resistência, na Argentina, onde jogariam as seleções do Brasil e da Argentina, não está relacionada com problema em Furnas

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