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Petróleo

Fase ruim da Petrobras alimenta boato de fechamento de usina no Paraná

Informação de que usina de São Mateus do Sul vai fechar se espalhou pela cidade. Empresa nega

Usina de São Mateus do Sul extrai derivados do óleo de xisto. | Daniel Derevecki/Gazeta do Povo
Usina de São Mateus do Sul extrai derivados do óleo de xisto. (Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo)

A fase ruim atravessada pela Petrobras, que está cortando investimentos e vendendo ativos para fazer caixa, está alimentando especulações sobre o fechamento da usina de xisto em São Mateus do Sul, a Six, no Sul do Paraná. A possibilidade de encerramento da operação mobilizou políticos na cidade e teve de ser negada pela estatal.

A ameaça de fechamento da Six foi levantada pelo vereador Omar Picheth, que também é funcionário da usina. Ele afirma que os investimentos na unidade estão em queda, passando de R$ 100 milhões ao ano para R$ 15 milhões em 2015, e que há um grupo de estudos técnicos que analisa o desempenho da unidade e sua viabilidade.

A assessoria de imprensa da Petrobras nega a possibilidade de desativação. Em nota, a empresa informou que a Six vai fechar por aproximadamente 30 dias para manutenção, a partir de 13 de fevereiro. O intervalo de parada é chamado, tecnicamente, de Oil to Oil e é praxe em todas as unidades da Petrobras.

“Será realizada manutenção dos principais equipamentos do parque industrial, garantindo o atendimento da norma de segurança NR13, do Ministério do Trabalho, que trata da operação de caldeiras e vasos de pressão. A execução do trabalho de manutenção irá envolver cerca de 600 pessoas, metade das quais funcionários especializados em caldeiraria, soldagem, montagem de andaimes, mecânica, inspeção de equipamentos e serviços gerais, contratados especialmente para a parada”, diz parte da nota.

A Six produz, a partir do xisto, óleo combustível, nafta, gás combustível, gás liquefeito e enxofre. A usina também funciona como um centro avançado de pesquisa na área de refino, onde são desenvolvidos vários projetos em conjunto com o centro de pesquisa (Cenpes) e universidades.

Frente política

Logo após o boato de fechamento da usina tomar conta da cidade, prefeito, vereadores, um deputado estadual e comerciantes se reuniram para discutir a necessidade de manter ativa a usina. Segundo o prefeito Clóvis Ledur, a informação chegou por “fontes de fora”, o que o levou a iniciar um diálogo com a direção local da Petrobras.

Na quarta-feira (20), às 15 horas, o governo Beto Richa recebe políticos e lideranças da região para discutir o assunto. Também foi criada uma frente política em defesa da usina liderada pela senadora Gleisi Hoffmann e composta ainda deputado João Arruda, líder da bancada dos deputados federais do Paraná na Câmara, e pelo ex-integrante do Conselho Administrativo da Petrobras Márcio Zimmermann.

“Aguardamos a evolução dos estudos dentro da Petrobras. Nosso esforço e empenho em Brasília é para que não se altere em nada o funcionamento da unidade em São Mateus do Sul . Temos um contexto socioeconômico e uma história a defender e vamos fazer isso com todos os esforços necessários”, disse o prefeito.

A economia de São Mateus é bastante dependente da usina. Por ano, são quase R$ 5 milhões arrecadados em impostos e outros R$ 13 milhões em royalties. A unidade tem mais de mil funcionários, cerca de 400 são próprios e pouco mais 700 terceirizados.

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