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O faturamento da cadeia da construção deve crescer entre 7,5% e 8% em 2011, de acordo com análise setorial elaborada pela Faculdade Getúlio Vargas (FGV) a pedido da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). A estimativa encontra respaldo na perspectiva de que os recursos para o crédito habitacional estão garantidos e na expectativa de investimentos, que continua elevada.

Conforme a entidade, os resultados de 2010 confirmam que a maior disponibilidade de crédito foi uma importante alavanca para a economia brasileira, com expansão de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, alta de 7% no consumo das famílias e de 22% nos investimentos.

Nesse contexto, o faturamento da indústria de materiais de construção apresentou um crescimento nominal de 12,1% em 2010, somando R$ 103,8 bilhões, enquanto as projeções da entidade apontam para um avanço de 9% neste ano. As vendas no comércio varejista mostraram desempenho ainda melhor, com um avanço real de 16,3%. O consumo de cimento, em particular, cresceu 15%, atingindo o recorde histórico de 59,6 milhões de toneladas.

Além disso, o bom desempenho da cadeia da construção ao longo do ano passado contribuiu para que os empresários da indústria chegassem ao final do ano otimistas com as perspectivas de crescimento de suas vendas, ressalta o estudo. "Esse ânimo positivo está se refletindo nas intenções elevadas de investimento para os próximos 12 meses", afirma a Abramat.

A produção física de materiais, por sua vez, aumentou 11,9% no ano passado - marcando novo recorde ao superar o desempenho atingido em 2008. Ao mesmo tempo, foi observada uma recuperação dos postos de trabalho na indústria de materiais, que em dezembro somavam 2,8 milhões de trabalhadores com carteira assinada.

A perda de competitividade devido ao câmbio valorizado e à alta de custos internos, entretanto, gerou um descompasso entre produção e vendas do comércio, atestam os analistas da FGV. A dificuldade das construtoras para encontrar trabalhadores qualificados também elevou os esforços do setor para ganhar produtividade, com a industrialização dos processos produtivos e maior qualificação da mão de obra se tornando itens prioritários.Cenário macroeconômico

A recente crise no Japão, que ainda calcula os prejuízos causados pelo forte terremoto seguido de tsunami e pela ameaça nuclear, aliada à alta no preço do petróleo, levaram os economistas a revisar para baixo as projeções de crescimento da economia para 2011. No mercado doméstico, o novo ciclo de aperto monetário e o corte no Orçamento também devem reduzir de maneira considerável o ritmo de expansão das atividades na economia brasileira.

Segundo os a FGV, inicialmente as previsões de crescimento da economia brasileira em 2011 eram de 5% em termos reais. Diante dos novos acontecimentos, essa projeção foi revista para 3,3%. Os especialistas reconhecem, porém que os efeitos desses fatores não serão tão prejudiciais para o setor da construção em particular, mas devem ter impacto em outras cadeias produtivas.

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