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Ponte da Amizade: poder aquisitivo dos paraguaios está em alta | Christian Rizzi/ Gazeta do Povo
Ponte da Amizade: poder aquisitivo dos paraguaios está em alta| Foto: Christian Rizzi/ Gazeta do Povo

Incentivos

Baixa tributação leva investidores ao Paraguai

O vice-presidente de Comércio Exterior da Acifi, Mario de Camargo, lembra que a economia paraguaia era restrita ao agronegócio, mas, com mudanças nas leis tributárias, o país começou a receber investimentos em indústrias. A Lei de Maquila prevê incentivos para a instalação de empresas visando à exportação, como isenções fiscais e apenas 1% de imposto para a indústria de transformação (como azeite, têxteis, moagem, panificação, etc).

"Os investidores são atraídos pela segurança jurídica, baixa carga tributária e baixas contribuições sociais laborais. Além disso, a energia é barata", diz Camargo. "O Paraguai é o quinto maior exportador de carne e o quarto maior produtor de soja do mundo. Sua única dificuldade é a falta de saída para o mar, o que encarece o transporte das exportações."

1% de imposto é quanto o Paraguai cobra da indústria de transformação pela Lei da Maquila.

O desenvolvimento econômico do Paraguai está se refletindo na fronteira com o Brasil. O país vizinho conquistou o terceiro maior crescimento econômico do mundo em 2013, de 14,1%. Com poder aquisitivo em alta, milhares de pessoas têm cruzado a Ponte da Amizade para gastar em Foz do Iguaçu, em setores como comércio, alimentação, lazer e saúde.

A expansão econômica paraguaia é resultado de um conjunto de fatores, em especial de novas linhas de produção. Sua base ainda é a agricultura e a pecuária, mas a indústria começa a ganhar espaço, em razão da abertura econômica que tem atraído empresários estrangeiros, inclusive brasileiros – os investidores são seduzidos principalmente pela baixa carga tributária.

Com mais dinheiro circulando em território paraguaio, aumentou o número de produtores, empresários e trabalhadores vindos de lá para gastar em Foz. Faltam pesquisas e estatísticas oficiais sobre esse adicional na economia iguaçuense, mas amostragens em diferentes setores indicam um maior movimento, em Foz, de paraguaios e brasileiros que residem no país vizinho.

Segundo o presidente da Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu (Acifi), Roni Temp, muitos empresários brasileiros têm mudado suas bases de negócios para o país vizinho por causa das vantagens em desenvolver indústrias e investir na pecuária e na agricultura. "Muitos deles vêm gastar em alimentação, vestuário, lazer, saúde e até mesmo investir em imóveis na cidade", contou o empresário.

Cerca de 200 moradores do Paraguai visitam diariamente o supermercado Big em Foz – o equivalente a 5% dos quatro mil clientes que a loja recebe por dia, em média. Esse número aumenta nos fins de semana, quando o tráfego é menor na Ponte da Amizade, facilitando a travessia para as compras em solo brasileiro.

No Cataratas JL Shopping, a estimativa é que consumidores vindos do Paraguai representem 10% das 400 mil visitas por mês do shopping, segundo o superintendente do centro comercial, Lindenor Cavalheiro.

A intensa procura tem levado os estabelecimentos iguaçuenses a adaptar os seus serviços. O shopping center Catuaí, em construção, vai exibir apenas filmes dublados ou legendados em espanhol em duas das seis salas de cinema. "É um atendimento especial para o público paraguaio, que aumentou o seu poder aquisitivo. Quanto mais renda tiver no país vizinho, Foz ganha sempre", diz o presidente da Acifi.

Histórico

O desenvolvimento de dois dígitos do PIB paraguaio precisa ser analisado dentro do contexto histórico. Isso porque o país registrou uma contração de 1,2% em 2012. Após mudanças nas regras e nas prioridades da economia, o Paraguai alcançou a alta de 14,1%.

Para 2013 o Banco Mundial projeta crescimento em níveis mais "normais": 4,8%. O impulso neste ano deve vir com a implantação da Lei de Aliança Público-Privada. O crescimento também deve ser sustentado pela retomada da pecuária, uma vez que o país recuperou, no fim do ano passado, o status de área livre de aftosa com regime de vacina.

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