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Diante do agravamento da repercussão dos problemas com o crédito subprime (de alto risco) nos Estados Unidos, bancos centrais do mundo inteiro estão agindo para oferecer liquidez ao sistema bancário. Entre ontem e hoje, as instituições monetárias ofereceram mais de US$ 300 bilhões - o que não foi suficiente para conter a derrocada das bolsas. A Bolsa de Valores de São Paulo cai 2,28%, aos 52.226 pontos, com volume financeiro de R$ 3,473 pontos.

Na Europa, o FTSE de Londres caiu 3,71%; em Paris, o CAC perdeu 3,13%; e, na Alemanha, o DAX recuou 1,48%, aos 7.343,26 pontos.

Nos Estados Unidos, as perdas foram um pouco amenizadas assim que o Federal Reserve anunciou um segundo aporte - de US$ 16 bilhões - nesta sexta-feira. Antes da abertura do mercado, ele já havia ofertado US$ 19 bilhões, na maior intervenção individual no setor bancário nos últimos quatro anos.

O S&P chegou a operar no azul, mas logo recuou. O Dow Jones cai 0,86%, aos 13.157,1 pontos. O Nasdaq, por sua vez, cai 0,90%, aos 2.533,47 pontos. O S&P recua 0,67%, aos 1.443,38 pontos.

No dia anterior, o Fed já havia feito duas operações, de US$ 12 bilhões cada.

O BCE, por sua vez, injetou outros 61 bilhões na zona do euro, depois de ter oferecido 94 bilhões no dia anterior. Na Austrália, foram ofertados 4,2 bilhões de dólares australianos enquanto no Japão o BC acrescentou 1 trilhão de ienes (US$ 8,45 bilhões) às operações de seu mercado monetário.

- É uma medida que foi tomada em resposta às condições no mercado - disse uma autoridade do Banco do Japão à Reuters, quando questionado sobre a injeção de recursos.

O mesmo aconteceu em Canadá, Suíça, Noruega e Coréia.

A crise de crédito sofreu um novo baque nesta quinta-feira, diante de um comunicado do banco francês BNP Paribas de que iria congelar as retiradas de três de seus fundos por problemas de liquidez.

Humor de investidores não melhora

Nem assim o humor dos investidores pareceu melhorar. Com o agravamento da aversão do investidor a mercados emergentes, O dólar sobe 0,93% no Brasil, a R$ 1,9450, enquanto o risco-país tem alta de 2,67%, aos 192 pontos básicos.

Sinal vermelho nos EUA

A americana Countrywide Financial, líder no setor de hipotecas imobiliárias nos Estados Unidos, voltou a alertar o mercado nesta sexta-feira, deixando investidores ainda mais tensos. Em um comunicado à Securities and Exchange Comission (SEC, regulador do mercado de ações) a empresa afirmou que as fracas condições no mercado de dívidas secundárias estão fazendo com que ela deixe de realizar operações de crédito.

Os juros sobre os títulos do Tesouro americano continuavam em alta, com investidores buscando por ativos mais seguros. Papéis de dez anos tinham taxa de 4,74%.

Nota de investimento do Brasil não será afetada

Apesar de toda a turbulência, o diretor-executivo da Fitch no Brasil, Rafael Guedes, acha que a nota de risco do país não será afetada . A expectativa do mercado é de que o país alcance a recomendação de investimento (investment grade) até o fim deste ano.

O Brasil reduziu sua vulnerabilidade externa e tem, atualmente, um superávit nas contas correntes de 1% a 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, reduziu sua necessidade de financiamento para US$ 30 bilhões por ano e tem reservas acumuladas de US$ 150 bilhões. Se antes o país seria o primeiro a ser derrubado em um jogo de boliche, hoje está entre os pinos lá de trás - compara Guedes.

Em entrevista ao Globo Online, o diretor-presidente do BNP Paribas no Brasil, Marcelo Giufrida, afirmou que os fundos administrados pelo banco no país - no total de R$ 27 bilhões - não correm o risco de ter suas perações paralisadas, uma vez que não investem no mercado subprime americano.

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