
O Conselho Deliberativo da Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou nesta sexta-feira (13) que indicou aos sindicatos a suspensão do movimento grevista, que impactou a produção da estatal desde o início do mês.
“Foi preciso uma greve histórica para que a Petrobras acolhesse as propostas que a FUP e os seus sindicatos tentaram por mais de 100 dias discutir com os gestores”, disse a federação em nota, acrescentando que a decisão ocorreu após a petroleira formalizar documento com os pontos que foram discutidos com o presidente da empresa, Aldemir Bendine.
Impacto
A greve deverá ter impacto importante na produção do mês de novembro, ainda que a Petrobras tenha conseguido reduzir os reflexos do movimento com suas equipes de contingência.
No início da greve da FUP, segundo a própria Petrobras, a produção de petróleo e gás foi reduzida em mais de 10 por cento. Recentemente, a estatal conseguiu contornar o movimento, reduzindo as perdas na produção para cerca de 5 por cento do total produzido antes da paralisação.
Procurada nesta sexta-feira para comentar sobre o impacto da greve na produção total, a companhia não se manifestou imediatamente. Já o regulador ANP afirmou que o abastecimento nacional de combustíveis ocorre de forma regular em todo o país. Isso apesar de a greve ter afetado atividades em refinarias.
O movimento da FUP, que congrega 12 sindicatos, começou em 1º de novembro, enquanto a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) começou a greve ao final de outubro.
A greve da FUP protestou contra o plano de venda de ativos da estatal e contra os cortes de investimentos. A federação apontou que a manifestação valeu a pena neste aspecto.
“As iniciativas elencadas na Pauta pelo Brasil para retomada dos investimentos da empresa serão analisadas em um grupo de trabalho paritário, que terá 60 dias para elaborar um relatório que será encaminhado à direção da companhia, ao Conselho de Administração e ao governo federal”, disse a FUP em nota.
A federação afirmou que garantiu ainda que “nenhum direito dos trabalhadores fosse retirado”.
A entidade sindical afirmou que a Petrobras garantiu a “compensação de metade dos dias parados” e se comprometeu a discutir com a FUP e com os sindicatos eventuais sanções a excessos, “nos mesmos moldes do que ocorreu na greve de 2013, quando garantimos que nenhum trabalhador fosse punido”.
A orientação da FUP é de que os sindicatos comecem imediatamente a submeter os indicativos aos trabalhadores em assembleias.
O diretor Financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, disse nesta sexta, em entrevista à Agência Estado que os custos com reajustes salariais e outros benefícios trabalhistas estão provisionados e que, se houver algum gasto além do previsto, deve ser residual e entrará no balanço financeiro do quarto trimestre.



