
Um ramal ferroviário que ligará o Sudoeste do Paraná ao Oeste de Santa Catarina é o mais novo projeto da Ferroeste, companhia de capital misto e controlada pelo governo do Paraná. Em clima de euforia, o governador Roberto Requião, o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, e o diretor-superintendente do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), Luiz Malucelli Neto, assinaram ontem em Pato Branco a ordem que dá início ao chamado pré-estudo de viabilidade da construção.
Requião disse que os trilhos do novo trecho poderão começar a ser colocados no prazo de um ano, mas há várias etapas burocráticas e técnicas a serem percorridas antes da efetiva construção da ferrovia. Após a conclusão do pré-estudo, estimado para ficar pronto dentro de três a cinco meses, mais um levantamento deverá ser feito antes da ordem de chamada para a contratação dos serviços. A origem dos recursos para a obra ainda não foram definidos. De acordo com Gomes, da Ferroeste, outro trecho projetado entre Cascavel e Foz do Iguaçu teria despertado o interesse de bancos internacionais. "Tem um banco que está oferecendo mais de R$ 500 milhões e ainda temos proposta de outros três bancos que tem fundos disponíveis. Estamos avaliando qual será o melhor mecanismo para a Ferroeste", disse. De acordo com o executivo, uma possibilidade é que o entroncamento com a ferrovia que liga Guarapuava e Cascavel seja no município de Laranjeiras do Sul.
Quando concretizado, o novo ramal poderá suprir de grãos a indústria de carnes do Oeste catarinense e trazer os produtos alimentícios até o Porto de Paranaguá. "Atualmente são transportadas para Santa Catarina mais de três milhões de toneladas de grãos para abastecer a cadeia produtiva local. Quando o ramal estiver pronto, ele vai possibilitar que ocorra redução nos custos, e com isso vai aumentar a nossa competitividade", enfatizou o presidente da Associação Comercial Industrial de Chapecó (Acic), Vicenzo Mastrogiacomo. A presença dos catarinenses na solenidade deixava claro o otimismo dos empresários do setor alimentício do estado vizinho com a possibilidade da nova ligação.
Corredor
Sobre o corredor bioceânico, projeto em fase de chamada pública pelo BNDES para os estudos de viabilidade e que prevê a ligação de portos brasileiros ao Oceano Pacífico, no Chile, por meio de ferrovias , Gomes se limitou a dizer que não é algo para o curto prazo. A Ferroeste disputa a participação no corredor com um traçado que faria a ligação entre Paranaguá e Antofagasta.



