Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Crise mundial

“Fiapo de esperança” livra bolsa de queda mais forte

Possível socorro a bancos na Europa ajudou a Bovespa a escapar de mais um tombo. Nova intervenção do BC baixou dólar após quatro altas

Veja um balanço das bolsas |
Veja um balanço das bolsas (Foto: )

As bolsas mundiais tiveram ontem um outro dia nebuloso. Mas as nuvens se dissiparam a tempo de "salvar" a brasileira BM&F Bovespa de uma queda mais forte, graças à melhora extraordinária das bolsas norte-americanas no fim da tarde. Elas subiram agarradas em "fiapos de esperança" de que a crise na Europa pode não ficar tão grave.

Notícias de que os governos da França e da Bélgica estariam costurando um acordo para salvar o banco franco-belga Dexia – que corre o risco de quebrar – e que os ministros de Finanças da Europa estariam examinando maneiras coordenadas de recapitalizar as instituições financeiras tiraram os índices acionários dos Estados Unidos do vermelho e os levaram para as máximas. A Bovespa, que operava nos 49 mil pontos, se recuperou e chegou bem perto de anular as perdas do dia. As bolsas europeias – que fecham mais cedo – caíram forte diante do sentimento ruim que predominava até então.

No fim, o Ibovespa recuou "apenas" 0,21%, aos 50.686,34 pontos – no pior momento do pregão, chegou a cair 2,67%. No mercado de câmbio, o Banco Central voltou a intervir, oferecendo contratos de "swap" cambial (operação equivalente à venda de dólares no mercado futuro). Os bancos tomaram US$ 1,6 bilhão desses contratos, o que ajudou a derrubar a cotação após quatro dias consecutivos de alta: nas últimas operações, a moeda foi negociada a R$ 1,869, com queda de 1,24%.

Os mercados permanecem tensos a respeito da situação europeia, com um possível "default" (suspensão de pagamentos) da Grécia no horizonte. E não melhorou a situação o cancelamento de uma importante reunião dos ministros de Finanças da zona do euro, marcada para o dia 13, quando poderia ser anunciado um novo pacote de socorro financeiro ao país mediterrâneo. A reunião foi remarcada para novembro e o novo pacote, postergado para uma data indefinida. A chamada "troika" (Banco Central Europeu, União Europeia e Fundo Monetário Internacional) alegou que precisa de mais tempo para formular sua decisão.

As más e as boas

Além do adiamento do socorro à Grécioa, também pressionaram o mercado financeiro o possível rebaixamento do rating do Dexia pela Moody’s e a revisão, para baixo, da previsão de crescimento do PIB da zona do euro – o Goldman Sachs, que esperava 1,2% de alta em 2012, agora projeta expansão de apenas 0,1%.

Tudo isso, no entanto, se dissipou no ar nos minutos finais da sessão, quando o Financial Times, citando autoridades europeias, divulgou que os ministros de Finanças da União Europeia estão tentando coordenar a recapitalização das instituições financeiras da região.

Outra notícia que agradou foi a de que o Dexia pretende transferir cerca de 180 bilhões de euros em ativos para um "banco podre" que contaria com garantias dos governos da França e da Bélgica, numa iniciativa para desembaraçar-se de uma escassez de liquidez cada vez maior.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.