Atendendo a uma determinação do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), a Fiat deu início ontem à convocação de recall do veículo Stilo, para providenciar a substituição dos cubos de rodas traseiras. Essas peças, fabricadas em ferro fundido, deverão ser substituídas por peças em aço forjado, para evitar o risco de quebra, que pode ocasionar a soltura das rodas traseiras com risco de causar graves acidentes.
O chamamento abrange os veículos fabricados entre 13 de abril de 2004 e 9 de março de 2010 excluídos os que contam com sistema de freios ABS , totalizando 52.474 unidades com chassis com número de série entre 3025720 e 3098841.
1 hora e meia
A recomendação é para que o consumidor agende previamente o atendimento na concessionária Fiat de sua preferência, embora este procedimento não seja obrigatório. A marca conta com 8 assistências técnicas credenciadas em Curitiba e outras 25 em todo o Paraná. O procedimento para substituição da peça defeituosa leva, em média, uma hora e meia e não tem custos. A única exigência é a apresentação dos documentos do veículo e do proprietário.
Em uma simulação feita pela Gazeta do Povo nas três principais redes de concessionárias da Fiat na capital, todas confirmaram a disponibilidade de horários para agendar o atendimento em até um dia e prestaram corretamente as informações solicitadas.
À revelia
Apesar de convocar o recall, a Fiat Automóveis classificou de "inusitada" a decisão do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) que obrigou a substituição do cubo da roda traseira do Stilo.
A empresa garantiu que tomará de imediato a providência de recorrer da decisão nas esferas competentes. A Fiat sustenta que a decisão do DPDC se baseou em laudo de uma empresa contratada pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatram), do qual não teve conhecimento prévio nem oportunidade de manifestar-se. "A Fiat discorda totalmente do referido laudo e da decisão do DPDC", afirma a montadora em nota oficial.
No dia 9 de março, a Fiat foi multada pelo Ministério da Justiça em R$ 3 milhões por negar a existência do defeito e se recusar a promover o recall até então. Outra multa, no valor de R$ 3,192 milhões, foi aplicada pela Fundação Procon de São Paulo, com base na continuidade da fabricação e comercialização do modelo, mesmo depois de a Fiat ter sido informada do potencial de risco do produto aos consumidores.
Mil contratações
Em meio ao imbróglio (e os arranhões na marca decorrentes dele), a Fiat anunciou ontem a contratação de mil novos empregados na fábrica de Betim (MG) até o fim de maio. Com as novas vagas, a montadora vai aumentar a produção em 6,5%, o que representa 190 carros a mais por dia. Hoje, a empresa já produz quase 3 mil unidades diariamente. É a maior contratação feita por uma montadora neste ano.
A expectativa da empresa é por um ano aquecido. Em comunicado, o presidente da Fiat, Cledorvino Belini, ressaltou que a projeção de vendas internas na indústria automobilística no primeiro trimestre de 2010 é de cerca de 730 mil unidades, uma alta de 13,6% em relação ao mesmo período de 2009. "O segundo trimestre será bom e os seis meses finais do ano muito bons", disse.
