• Carregando...
 | /
| Foto: /

Uma vida financeira saudável consiste, basicamente, em gastar menos do que se recebe e guardar uma sobra dos rendimentos de cada mês para possíveis emergências. Assim, é possível encarar os imprevistos sem estresse e esquecer aquela ansiedade de quem não sabe se o dinheiro vai durar até o fim do mês. A organização financeira é o primeiro passo para quem precisa se livrar das dívidas ou fazer planos que ainda não cabem no orçamento.

Leia mais sobre Finanças Pessoais

Para especialistas, a eficácia do planejamento está em ações simples, que não tomam muito espaço na rotina, mas devem estar sempre na memória. É que elas precisam ser repetidas com frequência para se tornar um hábito, condição de sucesso para a organização das finanças. A professora de economia comportamental da Universidade Federal do Paraná, Adriana Sbicca, afirma que o hábito é a garantia de que a pessoa tem um novo padrão de comportamento. Assim, ela vai saber poupar e até gostar de fazer isso. “Perceber o aumento dos recursos e as possibilidades [do que fazer com o dinheiro] que surgem, causa um efeito psicológico sobre a pessoa”, justifica.

Uma das primeiras orientações para quem quer começar a organizar as finanças é listar todos os gastos que acontecem durante o dia, dos menores aos mais significativos. Ao final do mês, é possível organizar esses dados em uma planilha que vai mostrar a relação do dinheiro ganho e o que foi gasto. O coordenador do Serviço de Orientação Financeira da Universidade de São Paulo, Rodrigo Delosso, afirma que essa organização aponta os detalhes que a pessoa não consegue perceber no dia a dia. “Geralmente as pessoas têm uma noção melhor de quanto ganham, mas não sabem o quanto gastam, nem se estão conseguindo poupar”. O objetivo ao montar a planilha é perceber a possibilidade de economia e de investimentos que podem ser feitos, afirma.

Para entender os gastos e fazer um corte eficaz, a indicação é classificar as despesas por categorias. Adriana Sbicca sugere três divisões: gastos inevitáveis (como impostos e necessidades básicas), gastos regulares (transporte, alimentação) e aqueles que são evitáveis, mas acontecem com certa frequência e muitas vezes são feitos por impulso. A professora explica que essa classificação permite que a pessoa faça escolhas rápidas e inteligentes quando precisar cortar gastos, além de mapear a movimentação financeira periodicamente.

Rodrigo Delosso afirma que um planejamento confiável requer a classificação dos gastos por no mínimo um ano. Após esse tempo é possível programar com antecedência, dentro dos gastos inevitáveis, aqueles que são recorrentes e os que acontecem em certos períodos, como IPVA e matrículas escolares.

Cooperação

O especialista ressalta a importância da organização financeira como uma prática que envolva todos os membros da família. “Dá para dividir as tarefas, deixar alguém de olho em planos de internet e TV a cabo, por exemplo, sugerindo novos pacotes e negociações. Isso gera economia significativa, fica mais familiar”. Para ele, a periodicidade das ações influencia nos resultados do planejamento. “Tem que pensar nisso toda a semana. Se possível, todo dia. No início pode ser cansativo, pesaroso, mas os resultados que a organização financeira traz fazem com que a pessoa se sinta melhor e motivada para continuar a planejar”.

Para ajudar na rotina

Durante a organização, surgem algumas dúvidas sobre itens e procedimentos específicos. Os especialistas esclarecem e dão dicas sobre alguns detalhes que, se receberem a devida atenção, podem fazer a diferença no balanço final da organização:

  • Liste seus gastos por ordem de necessidade. Este é um trabalho pontual e particular, pois não são os especialistas, e sim a própria pessoa que deve definir o que é artigo de necessidade para ela.
  • Cuidado com o débito automático: a medida é uma boa opção para quem já está com o planejamento feito e as finanças organizadas. Mas é preciso ter atenção para o dia do pagamento em cada mês. Se ele cair em um feriado, lembre-se de adiantar o pagamento para evitar os juros do banco.
  • Programa de fidelidade: analise bem a frequência de consumo de uma determinada marca antes de aderir ao programa. Mesmo assim, sempre é conveniente fazer pesquisa de preço para ver se compensa usar ele ou comprar no concorrente.
  • As milhas acumuladas no cartão de crédito valem mais a pena quando usadas para viagens de longa distância. Em trechos curtos é melhor comprar as passagens – sempre com antecedência e pesquisa de preço.
  • Organize o dinheiro mês a mês para usos diferentes. Uma porcentagem para gastos fixos, outra para os variáveis e uma última para investimentos. O ideal é colocar entre 10% e 20% do que se ganha em aplicações financeiras.
  • Lembre-se que os recursos depositados em investimentos estão lá por um propósito e devem ser mantidos na aplicação. Usar o rendimento para outros fins é uma forma de despoupar.
  • Concentre os recursos em um banco: quanto mais presente você estiver, maior o vínculo criado com a instituição. Isso é importante para que haja confiança na hora de decidir sobre investimentos e credibilidade para conseguir linhas de crédito e empréstimos.
  • Para cada plano, uma organização específica: além do planejamento financeiro para o dia a dia, faça um detalhamento dos projetos de curto, médio e longo prazo.
  • Divisão de tarefas: os gastos domésticos devem ser planejados junto com a família ou demais pessoas que moram com você. Isso facilita a organização e abre possibilidades de economia em cada categoria.
0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]