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Representantes do FMI em evento no Insper, em São Paulo. Em pé, Jorge Roldos.
Da esquerda para a direita: Guzman Gonzales Torres, Antonio David e Carlos Eduardo Gonçalves.
Representantes do FMI em evento no Insper, em São Paulo. Em pé, Jorge Roldos. Da esquerda para a direita: Guzman Gonzales Torres, Antonio David e Carlos Eduardo Gonçalves.| Foto: Patrícia Basilio

Depois de o Fundo Monetário Internacional ter melhorado (ainda que sutilmente) suas projeções de crescimento do PIB brasileiro para 2019, de 0,8% para 0,9% em outubro, analistas do fundo mantêm impressões otimistas e acreditam que o país deve ser um dos únicos latinos a alcançar perspectivas positivas para a economia neste último bimestre. Com as manifestações no Chile, crise na Venezuela, dificuldades econômicas na Argentina e a recente renúncia de Evo Morales (e toda a linha sucessória) na Bolívia, o Brasil deve ter destaque no cenário sul americano, também graças à reforma da previdência - promulgada nesta terça-feira (12) - e às promessas de projetos na área tributária por parte do governo de Jair Bolsonaro.

“Ainda não temos um relatório consolidado, mas dados mostram que os protestos no Chile e no Equador já causam impactos negativos na economia da região, da mesma forma que a crise política na Bolívia”, explicou Jorge Roldos, chefe da divisão de estudos regionais para o hemisfério ocidental do FMI, em apresentação no Insper, em São Paulo.

Mais um ponto ainda sensível no continente é a Venezuela. Em sua apresentação no Insper, Roldos mostrou que 6 milhões de venezuelanos devem imigrar para outros países da América Latina até 2023, pressionando os gastos públicos e o mercado de trabalho dos vizinhos no curto prazo. “A Colômbia é um dos países da América Latina que mais recebe a população da Venezuela. O impacto no PIB deles pode chegar a 0,6% até 2023”, previu o economista.

As crises locais, contudo, não deve impactar fortemente o Brasil. A avaliação, segundo Roldos, tem relação com o fato de os países que vivem distúrbios serem menores, com mercado regional pouco representativo. “Esperamos que os investimentos no Brasil sejam retomados assim que as incertezas forem removidas”, argumentou o economista, em alusão à vigência das novas regras previdenciárias e a redução do déficit fiscal do país.

Cenário geral

Na contramão do que foi feito para o Brasil, o relatório mais recente do FMI já revisara para baixo as perspectivas de crescimento da América Latina e Caribe em 2019. Antes previsto em 0,6%, o índice encolheu para 0,2% entre julho e outubro. Também houve corte na expectativa do fundo para 2020, que reduziu 0,5 ponto percentual, fazendo a previsão de crescimento recuar para 1,8% - no entanto, as pesquisas foram realizadas em setembro, antes da maioria das crises atuais.

Ainda que as perspectivas de momento para o Brasil sejam boas, o país também teve sua previsão de crescimento para 2020 revisada para baixo. Para o fundo, o país deve avançar 2% — um corte ante a previsão anterior, que era se 2,4%, abaixo da média global (3%) e ainda distante dos países emergentes, que devem crescer 3,9% agora e 4,6% no ano que vem.

Conteúdo editado por:Cristina Seciuk
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