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O Fundo Monetário Internacional (FMI) e ministros de Finanças da zona do euro minimizaram nesta segunda-feira temores do mercado de que a Hungria, que não adota a moeda do bloco europeu, possa enfrentar uma crise de crédito como a da Grécia.

"Não vejo razão para estarmos... preocupados. Eles (o governo húngaro) vão fazer tudo que têm de fazer. É difícil", disse a jornalistas o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, após discussões com os ministros de Finanças da zona do euro, formada por 16 países.

Ele afirmou que o FMI está pronto para um encontro com o novo governo de centro-direita da Hungria e que Budapeste deve pedir conversas antes das discussões regulares em agosto, cujo objetivo é fazer um balanço do programa de empréstimos do Fundo para o país.

A fuga da divisa do país, o forint, depois que a crise financeira global emergiu em 2008 forçou Budapeste a pedir um resgate de 25 bilhões de dólares da União Europeia (UE) e do FMI para evitar o colapso de sua economia. Desde então, a nação interrompeu as requisições de ajuda.

Autoridades do governo húngaro assustaram os mercados na semana passada ao sugerirem que o país pode enfrentar um cenário de dívida no estilo do grego, mas ministros têm voltado atrás nos comentários, insistindo que a meta de déficit orçamentário de 3,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) segue a meta perseguida.

Algumas autoridades disseram mais cedo que o déficit poderia chegar a 7 por cento.

Muitas conversas

Algumas autoridades da zona do euro também suavizaram as preocupações do mercado com a Hungria e afirmaram que os problemas de Budapeste não ameaçam a zona da moeda única.

"Realmente não vejo nenhum problema com a Hungria. Só vejo o problema que está levando políticos da Hungria a conversarem muito", disse Jean-Claude Juncker, que preside os encontros de ministros de Finanças da zona do euro.

Ao ser questionado se a situação de dívida húngara põe em risco o bloco, o ministro de Finanças da Áustria, Josef Proel, respondeu: "Não acho que a Hungria pode representar um perigo".

Perguntado se a Hungria está se tornando uma nova Grécia, o comissário de Assuntos Econômicos e Monetários da UE, Olli Rehn, foi taxativo: "Não".

Budapeste prometeu nesta segunda-feira cortar gastos para reparar o prejuízo de seus comentários da semana passada, mas uma nova promessa de redução de impostos colocou os mercados na defensiva.

O ministro húngaro da Economia, Gyorgy Matolcsy, disse que o novo governo de centro-direita, que toma posse em 29 de maio, respeitará o déficit orçamentário de 3,8 por cento e precisará diminuir gastos equivalentes à faixa entre 1,0 e 1,5 por cento do PIB para alcançar tal meta.

O forint se afastava da mínima em um ano, enquanto os preços dos títulos húngaros subiam, sugerindo que os nervos dos investidores foram acalmados pelas promessas de cortes no déficit fiscal, embora economistas tenham chamado atenção para a falta de detalhes nos planos do governo da Hungria.

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