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2025/2026

FMI reduz previsão de crescimento do PIB do Brasil em meio a tensões globais

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Galípolo. (Foto: Lula Marques/ Agência Brasil.)

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu nesta terça-feira (22) a projeção de crescimento da economia brasileira para 2% em 2025 e 2026, uma diminuição de 0,2 ponto percentual em relação ao que havia sido estimado em janeiro. A revisão consta na nova edição do relatório World Economic Outlook (WEO), publicado em meio a crescentes tensões no cenário global.

Conforme o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central, a mediana das estimativas do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é de 2,0% em 2025 e 1,7% em 2026. Para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no entanto, há a expectativa de que chegue próximo aos 3% mesmo com a inflação ainda acima do teto da meta.

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A projeção do FMI marca uma desaceleração em relação ao desempenho de 2024, quando a economia brasileira cresceu 3,4%, impulsionada pelo setor de serviços e consumo interno.

Para o Brasil, o crescimento de 2% projetado para os próximos dois anos é considerado modesto, especialmente diante da necessidade de expansão econômica sustentável para atender às demandas sociais e reduzir desigualdades. Embora a economia brasileira tenha apresentado resiliência em 2024, o cenário externo adverso, aliado a desafios internos como a reforma fiscal e o controle da inflação, limita o potencial de crescimento.

Apesar da redução nas projeções, o FMI não indica riscos imediatos de recessão, mas alerta para a importância de políticas econômicas responsáveis e de estímulos à produtividade e ao investimento.

Impacto da guerra comercial global

O FMI também revisou para baixo as expectativas de crescimento global, projetando uma expansão de 2,8% em 2024 e 3% em 2025. A principal razão apontada pelo organismo é o agravamento da guerra comercial entre Estados Unidos e China, que afeta diretamente o fluxo de comércio internacional e a confiança dos mercados.

O cenário-base do relatório leva em conta as tarifas anunciadas até 4 de abril, incluindo as tarifas recíprocas lançadas pelo ex-presidente Donald Trump no dia 2. Contudo, o documento não considera os desdobramentos posteriores, como a escalada de tarifas entre as duas potências ou a suspensão temporária dos aumentos tarifários decretada no dia 9.

Efeitos para grandes economias

Os Estados Unidos devem sentir com força o impacto das tensões comerciais. O FMI estima que o país crescerá apenas 1,8% em 2024, uma queda significativa em relação à projeção anterior de 2,7%. A inflação norte-americana também tende a aumentar, segundo o relatório, refletindo os custos da guerra tarifária.

A China, por sua vez, teve sua estimativa de crescimento para 2025 reduzida de 4,6% para 4%, uma queda de 0,6 ponto percentual, o que reforça os sinais de desaceleração em uma das principais locomotivas da economia mundial.

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