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A aposentada Maria da Glória Soares, que mora exatamente na frente do heliponto do HSBC no bairro Xaxim, em Curitiba, reclama do barulho dos helicópteros que, segundo ela, começa por volta das 6 horas. "Toda greve é a mesma coisa. É um barulho infernal, uma poluição sonora terrível que chega a fazer a casa tremer e assusta as crianças e os animais", descreve. Maria da Glória vive com dois netos pequenos: uma menina de 3 anos e um menino de 2.

Mas, segundo a moradora, o barulho é apenas um dos transtornos causados pelos helicópteros na região. "O medo maior é da eventualidade de um acidente, que pode causar uma catástrofe. E ninguém está livre, já que são muitos helicópteros operando simultaneamente", diz. A tragédia que Maria teme poderia ser causada pelos próprios vizinhos. A aposentada cita relatos de disparos de fogos de artifício em direção aos helicópteros, supostamente feitos por moradores incomodados com os ruídos.

"O disparo de fogos de artifício coloca em risco a vida das pessoas, já que pode ocasionar a queda repentina das aeronaves, inclusive sobre as casas, provocando graves acidentes, dependendo da área que o disparo atinge", explica o comandante Henrique Lopes, instrutor de voo de helicópteros de uma escola de aviação civil em Curitiba.

Crime

Lopes adverte ainda que lançar objetos contra aeronaves em voo constitui crime contra a segurança dos transportes aéreos, mas garante que o aumento no número de voos na mesma região não diminui a segurança. "Toda operação, de cada aeronave, é respeitada segundo as leis do uso do espaço aéreo e efetuada por conta e risco de cada comandante, que é responsabilizado caso alguma lei de segurança seja negligenciada", afirma.

O comandante critica a decisão da Justiça que impediu – em medida liminar – a operação de transporte de funcionários do HSBC alegando falta de segurança. "Desde que o taxi aéreo seja feito por uma empresa autorizada pelos órgãos competentes e que conte com uma tripulação treinada, ela tem o direito de transportar qualquer pessoa. Daí a Justiça não poder, a meu ver, impedir ninguém de voar em função de ser funcionário de um banco", critica.

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