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A França se uniu a outras nações europeias, neste sábado (12), anunciando um plano de austeridade que envolve 45 bilhões de euros em cortes do orçamento, ao longo dos próximos três anos. O primeiro-ministro François Fillon disse que os cortes têm a intenção de fazer com que a França consiga se adequar à meta da União Europeia de que o déficit público dos países do bloco não ultrapasse o limite de 3% do Produto Interno Bruto (PIB).

"Nós assumimos um compromisso de reduzir nosso déficit de 8% para 3% até 2013 e concentraremos nossos esforços nisso", afirmou Fillon, em um encontro de novos membros de seu partido, o União por um Movimento Popular (UMP), o mesmo do presidente Nicolas Sarkozy. O anúncio de medidas de austeridade ocorre no momento em que os mercados ampliam a pressão sobre as nações da zona do euro para que controlem suas finanças públicas, após a forte crise da dívida enfrentada pela Grécia.

Fillon disse que o governo poderia cortar seu déficit em até 100 bilhões de euros, com a metade disso vindo do corte de gastos e a outra metade do aumento das receitas. O primeiro-ministro delineou em linhas gerais de onde viria essa economia. Além dos 45 bilhões de euros oriundos do corte de gastos, cinco bilhões de euros devem vir para os cofres públicos com o fim de benefícios fiscais.

O premiê de centro-direita conta também com a retomada da economia para obter mais 35 bilhões de euros. Os 15 bilhões de euros restantes devem vir do fim de medidas temporárias para fortalecer a economia, acrescentou Fillon. Até agora, Paris não adotou um plano para cortar gastos, apenas impondo um congelamento neles. O governo da França tem defendido sua atuação para apoiar a economia no pior da crise global, apesar do custo para o orçamento público.

Com a rapidez da Alemanha para cortar seus gastos, cresceu a pressão do mercado para que a França fizesse o mesmo. Após um déficit recorde de 8,0% este ano, Fillon disse que as medidas de austeridade pretendem reduzir esse déficit para 6,0% em 2011, 4 6% em 2012 e 3,0% em 2013.

Os mercados temem que haja uma falta de vontade política de Paris para adotar o mesmo caminho da Alemanha. Investidores notam que o problema pode se tornar pior às vésperas das eleições presidenciais de 2012.

A França tem, apesar disso, apoio dos investidores internacionais e a classificação excelente de seu rating de crédito não parece estar ameaçada por ora, dizem analistas. O Banco da França informou esta semana que a economia do país pode crescer 0,5% no segundo trimestre, mesmo com o instituto oficial de estatísticas prevendo apenas 0,1% de crescimento. No ano todo o governo espera que a economia da França cresça 1,4%. Em 2009, o país enfrentou a pior recessão desde a Segunda Guerra, com uma contração de 2,5%.

Fontes próximas à ministra da Economia, Christine Lagarde, disseram que a meta para 2010, que requer uma média de crescimento de 0,4% em cada um dos três trimestres restantes do ano, não foi minada pelo crescimento fraco do primeiro trimestre. A previsão do governo está em linha com a estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI), segundo o qual a economia francesa poderia crescer 1,5% este ano, e também com a da Comissão Europeia, que prevê crescimento francês de 1,3% para 2010. As informações são da Dow Jones.

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