As primeiras duas assembleias de funcionários da fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, aprovaram a proposta da empresa de suspender,a partir de maio, temporariamente 400 contratos de trabalho. Votações foram realizadas às 22 horas desta terça-feira (22) e às 5 horas desta quarta-feira (23). Caso às 14 horas o restante dos trabalhadores aprove a sugestão da companhia, a partir de maio passarão a ser 700 contratos suspensos, já que 300 já tinham sido interrompidos temporariamente em fevereiro.
Isso representaria cerca de um terço dos 2,4 mil metalúrgicos da empresa no Paraná. A medida visa equilibrar estoques de automóveis à demanda de mercado, que registrou queda nas vendas no primeiro trimestre. Os funcionários que se enquadrarem no programa passarão a fazer cursos de qualificação. A remuneração virá do seguro-desemprego e da complementação salarial por parte da empresa. No acordo anterior, a Volks se comprometeu a manter benefícios como férias e 13.º salário, além de participação nos lucros. A empresa recolhe, no período, 8% do valor devido de FGTS.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sérgio Butka, informou que a montadora vem sofrendo pela combinação de mercado retraído e falta de lançamentos de produtos. Ele cita que a capacidade de produção da Volks é de 870 veículos por dia, mas, hoje, ela monta 640 em São José dos Pinhais. Cada turno emprega cerca de 800 funcionários. A empresa fabrica os modelos Fox, CrossFox e Spacefox no Paraná.
O primeiro layoff, que previa o afastamento por três meses a partir de fevereiro, veio quatro meses depois de a Volks anunciar investimentos de R$ 520 milhões na fábrica. A suspensão do contrato trabalhista é um instrumento previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e já foi usado no passado pela Volks durante a crise econômica de 2008.
O caso da multinacional alemã, no entanto, não é isolado. Outras montadoras vêm adotando medidas para driblar a queda nas suas vendas. Após cortar parte da produção após o Carnaval, a Renault prolongou a folga do feriado de Tiradentes até o fim dessa semana. A medida, que vale para a linha de montagem de automóveis, foi provocada pela queda nas vendas para Argentina.
Outro lado
A Volkswagen foi procurada pela reportagem para se posicionar sobre o assunto por volta das 11h30 e até o fechamento desta reportagem não havia respondido à solicitação.
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