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| Foto: Divulgação/SMC

Em votação secreta realizada nesta segunda-feira (17), os trabalhadores da fábrica da Volvo em Curitiba aceitaram nova proposta da empresa e decidiram encerrar a paralisação iniciada no dia 4. Eles retornaram ao trabalho na manhã desta terça (18).

A montadora ofereceu um abono de R$ 5 mil, líquidos, e um reajuste de 9,8% no vale-alimentação, que subiu de R$ 419 para R$ 460.

Por enquanto, não haverá qualquer aumento no salário dos trabalhadores, que vinham reivindicando um reajuste de 9,62%, equivalente ao INPC acumulado em 12 meses até o fim de agosto. A Volvo oferecia a metade (4,81%).

Os funcionários aceitaram retomar a discussão da data-base apenas em setembro de 2017. Só então será definido o tamanho do reajuste, que será relativo a este ano e ao próximo.

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Os nove dias úteis de paralisação serão compensados com o uso de banco de horas especial. Durante a greve, a Volvo deixou de produzir aproximadamente 490 veículos, entre caminhões e chassis de ônibus, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC).

Além dos trabalhadores da fábrica da Cidade Industrial – que emprega 3,2 mil pessoas, das quais 1,8 mil nas linhas de produção –, também estavam parados os 180 funcionários do centro de distribuição da companhia, em São José dos Pinhais.

Votação

Embora o sindicato tenha insistido na pressão pelo repasse integral da inflação aos salários, a maioria dos trabalhadores preferiu encerrar a paralisação. De 2.012 votantes, 1.137 (56,5% do total) foram favoráveis à proposta da Volvo, 863 (42,9%) votaram contra e 12 (0,6%), em branco.

“Os trabalhadores estão sofrendo as consequências dos desmandos políticos do país, onde a crise econômica, aprofundada pela crise politica, colocou o setor em patamares inferiores a 2006. Hoje o setor automobilístico está com 67% da sua capacidade produtiva obsoleta”, disse em nota o presidente do SMC, Sérgio Butka.

OS TEMPOS SÃO OUTROS

O acordo na Volvo, sem reajuste salarial, evidencia o fim de uma era de bonança para os metalúrgicos das montadoras. Neste ano, a maioria das negociações em Curitiba e região terminou com o repasse da inflação acumulada em 12 meses, sem aumentos reais nos salários.

A participação nos lucros e resultados (PLR), que alguns anos atrás ganhou fama nacional, também emagreceu. Em 2013, os trabalhadores da fabricante de ônibus e caminhões conquistaram PLR de R$ 30 mil, um recorde. Neste ano, o mais provável é que consigam até R$ 12,3 mil – isso se a fábrica repetir a produção de 2015.

Desse total, serão descontados R$ 5 mil relativos a um acordo para garantir a manutenção, até 5 de dezembro, de 409 postos de trabalho que a montadora pretendia fechar. A Volvo abriu um Plano de Demissões Voluntárias (PDV), mas menos de 100 pessoas aderiram até agora.

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