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O fundador do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, afirmou na segunda-feira (25) que a reunião em Davos, na Suíça, não será uma festa. O fórum de cinco dias com líderes políticos e empresariais começará nesta terça-feira (26) num "clima de reflexão", segundo Schwab.

- Não há nada no momento para comemorar - disse ele.

Nos anos anteriores, sobretudo quando os mercados estavam em alta, Davos ganhou a reputação de produzir festas nababescas e gastos vultosos por magnatas no resort dos Alpes suíços, cercado por um exército de seguranças e policiais.

Confiantes na recuperação da economia, alguns banqueiros são esperados este ano depois de terem faltado ao Fórum em 2009, no auge da crise financeira global. Mas, com as medidas de maior regulação do setor financeiro, espera-se que esses executivos fiquem na defensiva este ano. Schwab insistiu que os modelos antigos de governança financeira têm que mudar para evitar novas crises no futuro.

- Somos o reflexo do que está acontecendo agora no mundo. O mundo está muito mais preocupado com... justiça social - disse ele. - Alguns banqueiros compreenderam a seriedade da situação.

Schwab disse que os altos salários e bônus pagos a executivos estarão sob julgamento em Davos este ano. Esses pagamentos causaram uma onda de repúdio e indignação em países onde o desemprego se mantém alto e a recessão ainda não cedeu.

Bônus de executivos estarão na pauta de discussões

Segundo o fundador do Fórum de Davos, executivos não deveriam necessitar de bônus para se comprometerem com seus trabalhos. Schwab comparou-os a médicos: quando se vai a um médico para fazer uma cirurgia, "imagina-se que ele estará dando o melhor de si mesmo sem bônus".

- Davos é uma última oportunidade de aprender sobre o caráter transitório dessa crise - afirmou ele.

As preocupações de Schwab ecoam a posição de líderes globais. O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, por exemplo, falou este mês sobre a necessidade de conter os riscos sistêmicos.

- Não podemos ter um sistema financeiro que seja tão frágil no futuro como provou ser no passado - disse ele.

A chegada dos principais banqueiros do mundo a Davos ocorrerá uma semana depois de o presidente dos EUA, Barack Obama, ter criticado duramente Wall Street e proposto um plano que limita o crescimento e atuação das instituições financeiras, assim como a adoção de práticas consideradas de risco para o setor, como a aplicação pelos bancos nos mercados de derivativos.

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