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  • Veja alguns exemplos de shoppings listados em fundos e suas rentabilidades no mercado

Discretamente, uma opção de investimento lastreada na especulação de imóveis vem crescendo no país: os fundos imobiliários. Dados da Associação Na­­cional dos Bancos de Investimento (Anbima) apontam que o patrimônio líquido desse tipo de fundo quase triplicou no intervalo de um ano – passou de R$ 252 milhões em junho de 2009 para R$ 724 milhões em maio deste ano. Apesar do crescimento, alavancado pelo bom momento da construção civil e da participação dos bancos no setor, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aponta que a modalidade ainda é desconhecida no Brasil: neste ano, foram investidos cerca de R$ 5,6 bilhões em fundos imobiliários no país, enquanto nos Estados Unidos o valor foi de mais de US$ 300 bilhões.Na prática, os fundos imobiliários são consórcios imobiliários de grandes empreendimentos, como shoppings, hospitais e centros comerciais, dos quais é possível comprar cotas e receber dividendo da exploração do imóvel. Um dos benefícios da modalidade é a isenção de impostos para os investidores pessoa física – diferente do que acontece no mercado imobiliário "real", quando o proprietário paga Imposto de Renda de até 27,5% do lucro obtido com aluguel.

A aplicação também é relativamente descomplicada, funcionando como um fundo de investimentos comum, administrado por uma corretora de valores. A rentabilidade, por sua vez, tem se mantido competitiva com os fundos de renda fixa – na casa de 9% ao ano, segundo corretores. "Mas há alguns fundos que alcançam 30%", diz Luiz Augusto Pacheco, da corretora Omar Camargo, que chega a ter uma carteira recomendada nessa modalidade.

De acordo com ele, o fundo imobiliário é uma alternativa bastante prática para quem gosta de investir em imóveis, porém com menos riscos. "Para ter rendimento de aluguel é necessário investir no mínimo R$ 200 mil e depender da receita de um inquilino só. Nos fundos imobiliários você compra cotas que vão de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil, e ganha um lucro proporcional à sua cota sem ter a mesma preocupação administrativa", diz Pacheco.

O diretor da corretora Coinvalores, Fernando Telles, diz ainda que o investidor que gosta de ter uma casa ou apartamento para alugar está percebendo que não consegue alavancar a mesma rentabilidade de grandes imóveis. "Afinal, no melhor dos casos, um proprietário consegue um retorno de 0,6% ao mês", diz. Os riscos também são altos – ao rescindir um contrato repentinamente e ficar três meses sem aluguel, por exemplo, os gastos com IPTU e condomínio matam cerca de dois anos de rentabilidade, segundo suas contas. "O fundo imobiliário traz dinamismo associado ao lastro no mercado imobiliário, que a nossa cultura ibérica tanto gosta", diz.

Mesmo no cenário atual de novos aumentos na taxa básica de juros, a avaliação dos operadores é que o fundo imobiliário tem condições de continuar crescendo. "O aumento da Selic traz um cenário previsível de migração para fundos atrelados a juros. Mas isso ainda não aconteceu. Aparentemente, muita gente gostou de ver o rendimento aparecendo na conta todo mês", diz Pacheco.

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