São Paulo Os estrangeiros não devem perder a liderança no ranking de compradores na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) tão cedo, mas fundos de pensão locais contribuirão cada vez mais para o fluxo da bolsa paulista, avalia a maior corretora de ações do país. Diante da queda do juro brasileiro, "as fundações vão ter que ir um pouco mais para o risco para cumprir com folga seus planos atuariais", estima Álvaro Bandeira, diretor da Ágora.
"Tem aí um fluxo de investidores institucionais locais para o mercado de renda variável... Mas os estrangeiros ainda vão continuar a ser o principal", afirmou.
Segundo a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), os fundos de pensão aplicam atualmente, em média, 32% de seu patrimônio em renda variável, o que representa algo em torno de R$ 85 bilhões.
A lei permite que até 50% sejam direcionados para a bolsa. Fundações de peso como a Previ, dos funcionários do Banco do Brasil têm ações acima do permitido, mas várias outras têm espaço para compras.
Um sinal da necessidade de diversificação veio dos títulos públicos, com grande presença na carteira dos fundos de pensão. Esta semana, o Tesouro Nacional vendeu ao mercado papéis (NTN-B) com juro real de 5,82%, abaixo da meta atuarial das fundações, que é de 6% ao ano acima da inflação.



