
Em março, o Ibovespa principal termômetro do mercado de ações no Brasil chegou a registrar uma queda de 10% no ano. Desde então, houve uma alta de quase 11%. Diante da volatilidade dos papéis no Brasil, voltam à tona as opções de fundos de capital protegido: aplicações em investimentos de alto risco, mas com uma blindagem que limita as perdas. Se por um lado o investidor tem a garantia de não ter prejuízos, é preciso escolher bem em que fundo aplicar e saber que há um teto para os rendimentos.
INFOGRÁFICO: Altos e baixos da bolsa
Geralmente, em cenários de instabilidade, os bancos abrem chamadas para a captação de recursos para estes fundos. É determinado um prazo para o resgate do dinheiro e os parâmetros limites, que vão determinar quanto é tolerável que o investimento se desvalorize e, em contrapartida, quanto ele pode render naquele período. Via de regra, as aplicações duram de 12 a 24 meses.
Entre os fundos protegidos mais ousados, é tolerada uma queda de até 25%, com uma alta de 60% mas geralmente o banco garante que não exista perda e que os rendimentos sejam de até 20%, a ser descontado o imposto de renda. "Não existe nenhuma garantia de que o retorno será alto, mas o investidor tem uma boa perspectiva e a segurança para fazer isso", afirma o especialista em finanças pessoais Edison de Mello.
Isso acontece porque o banco faz a captação e diversifica o investimento: aplica parte dos recursos em produtos de baixo risco e uma porção menor em papéis mais agressivos. Caso a bolsa varie dentro dos parâmetros estipulados, o ganho do investidor será pago na mesma proporção. Além disso, o fundo cobre a perda ou retém o ganho excedente. "Esta é uma forma de oferecer renda variável aos clientes que não têm tanto apetite por risco ou que não estão familiarizados com isso", afirma Marcelo Ventre, superintendente adjunto de distribuição de produtos estruturados do Citi.
Variação
Geralmente os bancos não mantêm fundos permanentes nestes moldes, mas abrem chamadas de tempos em tempos para angariar investidores. Nos últimos meses, Santander e HSBC abriram programas. Atualmente, o Banco do Brasil conta com algumas modalidades em aberto.
Mesmo em momentos em que não há nenhuma chamada aberta, investidores interessados e com maior familiaridade com investimentos também podem fazer aplicações variadas por conta própria. "Basta separar uma quantia que já está poupada e investir para fazer a diversificação", explica Mello.
Nestes casos, o investidor não precisa ter a quantia mínima exigida pelas instituições financeiras, a partir de R$ 5 mil, e nem arcar com a taxa de administração que estes fundos cobram em média, de 1,5%.



