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Fusão de Azul e Trip mexe com voos regionais

Segmento ganha destaque com a união das duas empresas, que têm forte atuação nas rotas de curta distância. Especialistas se dividem sobre o rumo dos preços

Aviões no pátio do Aeroporto Afonso Pena: juntas, Trip e Azul operam 39 rotas no Paraná | Daniel Caron/ Gazeta do Povo
Aviões no pátio do Aeroporto Afonso Pena: juntas, Trip e Azul operam 39 rotas no Paraná (Foto: Daniel Caron/ Gazeta do Povo)

A fusão das companhias aéreas Azul e Trip, anunciada em maio, deve provocar mudanças no mercado brasileiro de voos regionais. Somente no Paraná as duas companhias operam, juntas, 39 rotas. Inicialmente, as duas empresas continuarão atendendo às cidades de Curitiba, Foz do Iguaçu, Cascavel, Maringá e Londrina, mas a Azul confirma que projetos de expansão estão em estudo. A transação ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Com a fusão, a Azul Trip S.A. será a terceira maior companhia aérea do país. Juntas, TAM e Gol, as duas primeiras companhias do ranking, respondem por 76% do tráfego doméstico, conforme relatório de 2011 da Infraero. A Azul Trip, por sua vez, nasce com aproximadamente 15% do mercado.

A nova companhia passará a contar com 837 voos diários, o que corresponde a 29% do número de voos do país. A tendência é de que ela continue focada na interiorização das rotas. Serão mantidos, por exemplo, destinos como Alta Floresta, no interior de Mato Grosso, e Porto Trombetas, no interior do Pará.

Preços

Além do fomento de voos regionais, outro reflexo da fusão é o impacto nos preços das passagens. Conforme o advogado especialista em Direito Aeroportuário Guilherme Abdalla, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em São Paulo, como muitas rotas são parecidas, a nova companhia pode extinguir alguns voos e reajustar o valor das passagens.

"Se a empresa atender sozinha a determinada região, pode ser que os preços subam", afirma. Mas, caso as rotas atendidas sofram concorrência de outras empresas, os preços podem cair. "A nova companhia pode reduzir o preço, fazendo promoções, sem que isso prejudique seu equilíbrio financeiro", avalia.

A opinião do presidente da Associação Nacional em Defesa dos Direitos dos Passageiros do Transporte Aéreo (Andep), Cláudio Candiota, é de que os preços cairão. "Com a livre concorrência entre as demais empresas, acredito que vai ser positivo para o consumidor, que pode ter preços mais baixos", aposta. Ele considera a fusão positiva para o mercado. "A Azul tem muita respeitabilidade no mercado, é uma das empresas que têm menos queixas no nosso site", ressalta.

Expansão

Os voos regionais – ou seja, de pequena distância – não são contabilizados à parte pela Infraero; eles entram no somatório dos voos domésticos. O fluxo de passageiros em viagens dentro do país aumentou 17% no último ano, alcançando a marca de 158 milhões de passageiros transportados.

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