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A Gazprom pode abandonar os planos de bombear gás do projeto Shtokman, disse um executivo da companhia, o que potencialmente daria à principal empresa do setor de energia da Rússia mais liberdade para vender suprimentos desse enorme campo para clientes fora da Europa.

Em vez de vender o produto por gasoduto, a Gazprom poderá concentrar-se em produzir gás natural liquefeito nesse depósito do Mar de Barents, que seria mais fácil de transportar, disse neste sábado o vice-executivo-chefe Alexander Medvedev - na primeira vez em que a empresa menciona tal opção.

Os comentários provavelmente vão aprofundar as preocupações na Europa sobre se é possível confiar na Rússia como um fornecedor de gás a longo prazo, considerando-se a crescente demanda pelo combustível nos mercados asiáticos.

Companhias europeias se queixam de que a Gazprom - que fornece um quarto das necessidades de gás do continente - não atendeu a seus pedidos de entregas extras durante o atual inverno prolongado. A Gazprom disse não ter sido capaz de suprir toda a demanda adicional.

O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, que em maio iniciará seu terceiro mandato presidencial, afirmou no mês passado que a Rússia deveria se distanciar de sua dependência das vendas de gás através do gasoduto europeu e expandir os negócios para o gás liquefeito de petróleo, que pode ser entregue aos mercados da Europa, Oriente Médio e Ásia por cargueiros, sem os problemas da infraestrutura.

Falando a repórteres neste sábado durante a abertura de um novo campo de gás em Urengoi, na região do Ártico, Medvedev admitiu que as exportações da empresa para a Europa poderiam ser menores do que os 154 bilhões de metros cúbicos que haviam sido projetados.

"Nós dissemos que as exportações vão totalizar 154 (bcm este ano) mas mesmo se forem 150 bcm, as receitas não serão menores", declarou ele.

No começo da semana autoridades da Gazprom disseram que a companhia vai elevar sua produção de gás no próximo inverno.

As reservas de gás de Shtokman são estimadas em 3,9 trilhões de metros cúbicos, suficientes para atender ao consumo anual por um ano e torná-lo potencialmente o décimo maior poço do mundo.

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