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As geadas dos dias 23 e 24 de julho levaram embora 2 milhões de toneladas de café, milho e trigo no Paraná, conforme levantamento divulgado na manhã desta quarta-feira (14) pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). O impacto é considerado forte nas três culturas, apesar de o volume geral da produção de grãos de 2012/13 ainda ser recorde (com a queda de 38,3 milhões de toneladas para 36,3 milhões de toneladas).

O desfalque é estimado em R$ 730 milhões no trigo, R$ 278 milhões no milho e R$ 260 milhões no café. Como a maioria dos produtores não fizeram seguro e, mesmo nas áreas seguradas, a cobertura não cobre 100% das perdas, a maior parte desses prejuízos será arcada pelos produtores, avaliou o diretor do Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab, Francisco Simioni.

O quebra no trigo é a que mais influencia o mercado, num ano de escassez internacional e aumento da dependência das importações, que agora devem passar de 70% do consumo, estimado em 10,8 milhões de toneladas. O Paraná seria o maior produtor nacional neste ano, mas agora pode ficar atrás do Rio Grande do Sul, que ainda avalia as perdas.

O impacto socioeconômico, por outro lado, será maior entre os produtores de café, apontou o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. Dos 12 mil cafeicultores do Paraná, 90% são agricultores familiares. "O café vem levando sucessivos coices desde a geada negra de 1975″, apontou. Em sua avaliação, o setor terá de investir em mecanização e tecnologias como a do café adensado para se reerguer. No Norte e no Noroeste, algumas cidades tiveram perda de até 90% da produção.

O milho de inverno teve maior quebra em volume. Foram perdidas 961 mil toneladas ou 8% da colheita, que agora é estimada em 10,6 milhões de toneladas. Esse volume ainda é recorde.

O volume total das perdas ainda pode aumentar. Nem todas as culturas foram avaliadas. A redução de 2 milhões de toneladas na previsão para 2012/13 não inclui o café, cuja quebra de 57 mil toneladas deve ser contabilizada nas projeções de 2013/14.

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