GM e Renault encerram conversa sobre aliança

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São Paulo – A General Motors e o grupo Renault-Nissan cancelaram ontem as negociações que vinham realizando para formar uma aliança, segundo reportagem do diário americano "The Wall Street Journal".

Os executivos-chefes da GM, Rick Wagoner, e do grupo Renault-Nissan, Carlos Ghosn, concordaram, em uma conversa por telefone, que as duas partes são muito divergentes quanto ao valor da aliança e decidiram interromper as negociações que vinham acontecendo desde julho.

A decisão foi tomada dias antes do prazo final para as negociações, que iria se encerrar no próximo dia 15. A GM não comentou a decisão, segundo o "WSJ".

Wagoner e Ghosn concordaram que as duas partes ganhariam com as sinergias da combinação, mas não chegaram a um acordo sobre o pagamento que a GM exigia para participar na aliança. Nos últimos dias, executivos da GM disseram que seria preciso pensar em uma "contribuição de equalização" para que a GM prosseguisse.

Tal "contribuição" seria um pagamento pelo que a GM via como uma forma de compensar o maior benefício que o grupo Renault-Nissan obteria em termos de redução de custos. A exigência mais recente da GM, de que o grupo pagasse um "prêmio de controle" pelos 20% de ações que compraria, foi visto como sinal de que as duas partes viam o negócio de formas muito diferentes, diz o diário norte-americano.

A idéia de iniciar as negociações foi lançada em junho por Kirk Kerkorian, maior acionista individual da GM, com participação de cerca de 10% na empresa. As conversas entre as partes começaram em julho.

O rompimento anunciado ontem também é sinal de que a GM pretende prosseguir com seu plano de reestruturação, que envolve o fechamento de unidades de produção na América do Norte e o corte de 30 mil postos de trabalho até 2008 – com o objetivo de reverter o prejuízo de US$ 10,6 bilhões registrado no ano passado.

A decisão também surpreendeu os analistas, uma vez que, até a semana passada, ambos haviam anunciado que as empresas continuariam a negociar. Ghosn continua interessado, segundo o "WSJ", em formar uma aliança com uma fabricante americana de automóveis.