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O Google e algumas das redes sociais mais populares da internet se juntaram para enfrentar seu mais novo concorrente de peso: o Facebook. Na quinta-feira (1), informa o jornal "The New York Times", uma aliança feita entre diversas companhias dará início a um processo de padronização que permitirá aos desenvolvedores de softwares criar programas compatíveis com o Orkut (do Google), o LinkedIn, o hi5, o Friendster, o Plaxo e o Ning, entre outras redes sociais. Essa plataforma comum será chamada de OpenSocial.

A estratégia, diz a publicação, tem como foco a concorrência com o Facebook. Essa rede social, que na semana passada teve 1,6% comprada pela gigante Microsoft, já permite que desenvolvedores criem aplicativos para o serviço – atualmente são mais de sete mil deles, adotados por grande parte dos cerca de 50 milhões de usuários. Com essas ferramentas, também chamadas de "widgets", o internauta pode divulgar para onde já viajou, as línguas que fala, colocar papéis de parede personalizados, informar o livro que está lendo e criar sua árvore genealógica, por exemplo.

"A aliança vai promover essa possibilidade já existente no Facebook, que aceita programas desenvolvidos por qualquer pessoa", afirmou ao "NYT" uma pessoa ligada a essa nova aliança, que não quis se identificar. "Essa é uma alternativa aberta ao Facebook", continuou. Além das redes sociais, a aliança inclui desenvolvedores de softwares como a Salesforce e a Oracle.

Ainda de acordo com uma pessoa ligada à aliança, todos os sites de relacionamento dessa iniciativa somam mais de 100 milhões de usuários, o dobro de membros cadastrados no Facebook. O site foi lançado em 2004 por Mark Zuckerberg, hoje com 23 anos. No ano passado, a empresa rejeitou uma oferta de compra de US$ 1 bilhão feita pelo Yahoo!.

Batalha dos recursos

Essa onda da criação de aplicativos, recentemente noticiada pelo G1, representa uma verdadeira batalha pela oferta de recursos. Em seu foco está a conquista por novos usuários das redes sociais, além da preocupação em manter os antigos. Uma das principais razões pelo grande interesse das redes nos usuários é simples: superpopulosos, os universos digitais atraem anunciantes, que estão dispostos a pagar para mostrar seus produtos e serviços a grandes audiências.

"As grandes redes sociais estão ligadas a empresas que querem explorar ao máximo o valor econômico de seus produtos. Para isso, elas oferecem aos anunciantes a possibilidade de relacionamento com um universo muito vasto de pessoas", explicou ao G1 Marcelo Coutinho, diretor-executivo do Ibope Inteligência.

Armados com a grande oferta de aplicativos, as redes sociais saem em busca de novos mercados – o MySpace, por exemplo, acaba de lançar sua versão brasileira, enquanto a parceria entre Microsoft e Facebook tem como objetivo fortalecer esta rede fora dos EUA.

Em entrevista ao G1, Alexandre Hohagen, diretor-geral do Google Brasil, afirmou que essa concorrência é "ótima". "Esse é um mercado enorme, com grande potencial, e considero excelente a chegada dos concorrentes. Haverá mais ofertas", disse o executivo.

Parte da tranqüilidade do Google está ligada à quantidade de internautas já conquistada no Brasil, a chamada massa crítica. "Se você quer ir a uma festa para conhecer alguém, as chances são muito maiores se houver mais gente", compara o especialista. "Considero o Facebook muito bom, mas há poucos brasileiros por lá. O Orkut tem mil vezes mais brasileiros." Por isso, Hohagen afirma que o desafio das redes sociais interessadas no Brasil está na conquista dos internautas locais.

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