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Empreendedorismo

Governo Lula estuda ampliar teto de faturamento do MEI com nova tabela progressiva

MEI
Tabela teria ajuste semelhante ao Imposto de Renda, com alíquota aplicada acima do excedente do faturamento máximo. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia mudanças no regime do Microempreendedor Individual (MEI), especialmente no limite anual de faturamento, atualmente em R$ 81 mil. Embora ainda não haja uma proposta oficial, o diagnóstico é de que este valor está defasado.

Os empreendedores entraram na mira de Lula em uma mudança de discurso para tentar alavancar a popularidade em queda, e passaram a ser uma constante nas falas do presidente nos últimos tempos. A medida está em estudo pelo governo em um modelo semelhante à progressividade do Imposto de Renda, segundo o ministro Márcio França, do Empreendedorismo.

“A gente sabe que, passados dez anos, evidentemente, o valor ficou desatualizado. O problema [reajuste anual do MEI] é que isso implica na Previdência. Então nós temos tentado argumentar de fazer uma escada, aonde, por exemplo, aquilo que ultrapassar os R$ 81 mil, só a diferença, você remuneraria por outra alíquota, como acontece no Imposto de Renda”, disse França à Folha de S. Paulo em um evento da União Geral dos Trabalhadores (UGT) nesta segunda (14), em São Paulo.

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O plano em estudo pretende criar uma tabela progressiva baseada no percentual de contribuição ao INSS. Dessa forma, o excedente sobre o limite atual seria tributado de forma diferenciada.

Este modelo também atenderia aos ajustes provocados pela reforma tributária aprovada em dezembro de 2023 e que ainda depende de regulamentação. O novo sistema unificará tributos como ISS (Imposto sobre Serviços) em uma única guia de pagamento, o que exigirá revisões nos valores e nas regras do MEI.

“Nós vamos ter que ter alguma medida, porque durante esse ano todo, com a aprovação da reforma tributária, isso vai ser necessário. Alguma alteração em todos esses números, que hoje são fixos, tem que acontecer”, disse França.

Atualmente, o MEI contribui com 5% do salário mínimo (R$ 1.518 em 2025), o que resulta numa contribuição mensal de R$ 75,90, acrescida de impostos específicos conforme a atividade exercida. Caminhoneiros, por exemplo, têm regime próprio com contribuição anual de R$ 182,16.

Mesmo com esse modelo simplificado, a defasagem do teto é significativa. Se o valor tivesse sido corrigido pelo INPC (Índice Nacional de Preço ao Consumidor), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o limite anual hoje seria de R$ 179,8 mil.

O Brasil possui cerca de 16,5 milhões de microempreendedores individuais, sendo a maioria mulheres. No Nordeste e em determinadas áreas de atuação, elas representam até 70% do total.

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