
O governo deixará de arrecadar R$ 962 milhões no segundo semestre com a decisão de prorrogar até o fim deste ano descontos de imposto ao setor industrial. O IPI para veículos, que deveria voltar ontem para sua alíquota cheia (entre 4% e 13%, dependendo do modelo), continuará entre 3% e 10%. No caso dos móveis, fica entre 4% e 12%, em vez de voltar a valer de 5% a 15%. A prorrogação do benefício aos dois setores é uma tentativa de impulsionar a atividade econômica e debelar o pessimismo entre os empresários.
O anúncio, feito segunda-feira, ocorreu no mesmo dia em que o Banco Central informou que BC, União, estados, municípios e empresas estatais registraram déficit primário de R$ 11,05 bilhões em maio. O déficit reduziu a economia do setor público para pagar os juros da dívida ao menor nível desde que o PT chegou ao poder. Nos cincos primeiros meses de 2014, essa economia foi de R$ 31,5 bilhões (1,5% do PIB), queda de 33% em relação ao mesmo período do ano passado.
O objetivo da prorrogação do IPI reduzido é reverter o resultado das vendas no primeiro semestre, "fraco", nas palavras do ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Temos que tomar medidas para viabilizar um segundo semestre melhor", disse.
As medidas chegam em um momento em que a indústria e a atividade dão sinais negativos. A produção nas fábricas recuou 1,2% entre janeiro e maio, e a confiança do empresário caiu, em junho, pelo sexto mês seguido. Segundo o Ministério do Trabalho, o setor cortou 28 mil vagas formais em todo o país em maio.



