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O ministro Mantega: bancos estatais podem tomar a iniciativa de baixar tarifas | Marcello Casal Jr./ABr
O ministro Mantega: bancos estatais podem tomar a iniciativa de baixar tarifas| Foto: Marcello Casal Jr./ABr

Bradesco e Caixa anunciam nova queda de juros

Folhapress e Agência Estado

A decisão do Banco Central de reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 9% para 8,5%, levou a Caixa Econômica e o Bradesco a anunciarem novas rodadas de redução de juros. Parte das novas taxas entra em vigor hoje mesmo e outras, a partir da semana que vem.

A Caixa reduziu a taxa máxima do crédito consignado para funcionários públicos e empregados de empresas que têm convênio com o banco de 1,95% ao mês para 1,67%. Para os aposentados e pensionistas do INSS, a taxa máxima foi reduzida de 1,77% ao mês para 1,67%. A taxa mínima caiu para 0,75%. Também caíram os juros dos cartões de crédito, empresas e veículos.

O Bradesco anunciou um corte de 0,5 ponto porcentual na taxa anualizada em suas linhas de crédito para pessoa física e jurídica. No crédito pessoal, por exemplo, a taxa mínima foi reduzida de 1,97% para 1,93% ao mês. No financiamento de veículos, a taxa mínima na linha CDC veículos recuou de 0,97% para 0,93% ao mês, e a máxima, de 2,95% para 2,91% ao mês.

Banco do Brasil

O Banco do Brasil prometeu para hoje o anúncio de uma nova redução de juros para pessoas físicas e jurídicas. Entre as quedas que devem ser anunciadas, estão linhas para o crédito imobiliário.

Números

R$ 30 mil é o valor-limite, pelas regras atuais, para que os bancos possam parcelar o pagamento do IR devido nas operações de renegociação. Nos planos do governo, o valor pode subir para R$ 100 mil.

2.º semestre terá expansão forte, diz Santander

Agência O Globo

Após um semestre de expansão fraca, a economia brasileira deve registrar um ritmo forte de crescimento no segundo semestre, puxada pela demanda. O Produto Interno Bruto deve avançar em torno de 6% na segunda metade do ano, segundo a economista do Santander Adriana Dupita.

"Existe uma defasagem [do impacto dos juros na atividade econômica]. A economia brasileira ainda está sentindo o aperto monetário, mas ainda não sente a queda dos juros. Quatrocentos pontos básicos não é pouca coisa. Essa redução vai ter impacto", disse Adriana.

O Comitê de Política Monetária (Copom) iniciou o processo de afrouxamento monetário em setembro, quando reduziu a taxa básica de juros, a Selic, de 12,5% ao ano para 12%. Ontem, o juro foi cortado de 9% para 8,5%. Com isso, a Selic teve uma redução de 4 pontos porcentuais – os 400 pontos básicos citados pela economista – em oito meses.

O desempenho no segundo semestre, no entanto, não será suficiente para garantir um forte crescimento do PIB no ano, que é estimado em 3,5% pelo banco, por causa dos números baixos dos seis primeiros meses do ano. A projeção do Santander é de uma alta de 0,7% no PIB do primeiro trimestre. O número oficial será divulgado hoje pelo IBGE.

O Ministério da Fazenda deve anunciar nos próximos dias um conjunto de medidas para "destravar" o crédito, que incluirá benefícios para a renegociação de dívidas. Pela proposta comentada por fontes do governo, a principal providência seria a possibilidade de os bancos parcelarem tributos como o Imposto de Renda (IR) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) decorrentes das renegociações com clientes inadimplentes, até o limite de R$ 100 mil.

Atualmente, os bancos preferem não renegociar porque não veem benefício na operação. Isso porque, depois de 90 dias de inadimplência do cliente, as instituições financeiras são autorizadas a descrever no balanço o crédito não pago como prejuízo – uma operação que recebe o nome técnico de "provisionamento" –, e abatê-lo da base de cálculo dos impostos. Se, ao contrário, renegociarem a dívida, o valor passa a ser reconhecido como receita. Desta forma, os tributos precisam ser pagos à Receita Federal à vista, no ato da renegociação, mesmo que o cliente faça a quitação em um prazo longo.

Ao mudar a regra, o governo permitirá que os bancos façam o recolhimento dos tributos de acordo com o número de parcelas definido pelo cliente pessoa física. Para o governo, a medida será um estímulo para que os próprios bancos proponham a renegociação da dívida com os clientes inadimplentes.

O governo espera que o movimento ajude a destravar o crédito porque, com a renegociação, o consumidor fica novamente com o nome "limpo" e retoma condições de contrair novos empréstimos no mercado. Uma norma nesse sentido já existe, mas é limitada a débitos inferiores a R$ 30 mil. A ampliação desse valor é um dos itens da lista de pedidos entregue pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em reunião com o ministro Mantega em março. À época, os bancos apontavam essa questão como uma das medidas que poderiam ajudar a reduzir o spread bancário (diferença entre os juros que os bancos pagam quando captam dinheiro e aqueles que eles cobram dos clientes).

Tarifas incomodam

O governo também quer estimular a redução das tarifas bancárias. A notícia de que os bancos aumentaram o preço dos serviços no momento em que promovem redução de taxas de juros não foi bem recebida pelo Ministério da Fazenda. "Incomodou", resumiu uma fonte.

Como ocorreu com os juros, o governo tentará forçar a redução das tarifas começando pelos bancos públicos. O Banco do Brasil figurou entre as instituições que estavam no topo da lista com as maiores elevações de tarifas. Na última terça-feira, os presidentes da Caixa e do Banco do Brasil estiveram reunidos com Mantega e a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto.

As tarifas de serviços bancários pagas pelos brasileiros tiveram aumento de 1,66% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de maio, um dos destaques dentro da inflação de 0,51% verificada no mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No IPCA fechado de abril, os serviços bancários já tinham subido 1,42%, contribuindo para a alta de 2,23% no grupo Despesas Pessoais no período. No ano, as tarifas bancárias já ficaram 2,64% mais caras, enquanto a inflação pelo IPCA-15 registrou alta de 2,39%. No acumulado em 12 meses até maio, a diferença foi ainda maior: os serviços bancários cresceram 8,39%, e a inflação subiu 5,05%.

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