O Palácio do Planalto está preocupado com a politização da greve dos caminhoneiros deflagrada nesta segunda-feira. As associações tradicionais de representação dos caminhoneiros, como a União Nacional dos Caminhoneiros e o Movimento União Brasil Caminhoneiro, não participam do movimento.
O governo vem negociando com os líderes do movimento para estabelecer uma pauta, mas a associação das lideranças dos movimentos com líderes de grupos que pedem o impeachment da presidente dificulta das negociações.
Os ministros da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, da Previdência e Trabalho, Miguel Rosseto, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, estão na frente de negociação, mas não tiveram avanços até agora. A presidente já fez três reuniões para tratar do tema, a última delas na sexta-feira, no Palácio do Alvorada.
Greve dos caminhoneiros tem bloqueios no Paraná e outros estados
Paralisação começa nesta segunda-feira (9) em todo o país
Leia a matéria completaAlém da politização do movimento, o governo teme uma crise de abastecimento e o bloqueio de estradas, como os que ocorreram entre os meses de fevereiro e abril deste ano, e estuda até mesmo apelar para medidas judiciais se houver bloqueios de estradas. Por enquanto, não há avaliação sobre os problemas causados pelos bloqueios ao transporte de carga e ao fluxo de produtos exportados pelo Brasil.
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, disse nesta segunda (9) que a greve dos caminhoneiros é “pontual” e tem como único objetivo gerar desgaste político.
“Se tivermos uma pauta de reivindicações, o governo sempre está aberto ao diálogo, mas é uma greve que se caracteriza com o único objetivo de gerar desgaste ao governo”, disse, afirmando entender que é uma greve que atinge, “pontualmente”, algumas regiões do país.
Greve de caminhoneiros coloca em alerta exportadores de aves e suínos
No primeiro semestre, outra paralisação de motoristas gerou prejuízos de mais de R$ 700 milhões para as empresas
Leia a matéria completaEdinho acrescentou que até o momento nenhuma entidade que representa os caminhoneiros apresentou uma pauta de reivindicações da categoria.
“Uma greve geralmente vem com questões econômicas, sociais, geralmente é propositiva, mesmo quando trata de questões políticas. Nunca vi uma greve em que o único objetivo é gerar desgaste ao governo”, disse o ministro após reunião de coordenação política com a presidente Dilma Rousseff, nesta segunda-feira, no Palácio do Planalto.
Negociação
A expectativa do governo é conseguir esvaziar o movimento ao negociar com as lideranças interessadas em obter ganhos para a categoria, e não em politizar o movimento. Parte dos líderes envolvidos no movimento de fevereiro são contrários a essa greve justamente pela conotação política.
No início de março, Dilma sancionou sem vetos a Lei dos Caminhoneiros, que alivia pagamento de pedágio, perdoa multas e promete ampliar pontos de paradas para descanso, após greve de caminhoneiros em fevereiro que bloqueou estradas pelo país.
Aposentados de 65 anos ou mais têm isenção extra de IR, mas há “pegadinha” em 2024
Esquerda não gostou de “solução” para o rombo compartilhada por Haddad; o que diz o texto
A “polarização” no Copom e a decisão sobre a taxa de juros
Bolsonaro 5 x 4 Lula: BC se divide sobre juros e indica rumo após saída de Campos Neto
Deixe sua opinião