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Eleições 2026

Governo Lula culpa Tarcísio por derrota de MP que aumentava impostos

Governo Lula culpa Tarcísio por derrota de MP que aumentava impostos
Líder do PT acusa Tarcísio de ligar para deputados e articular a derrubada da "MP da Taxação" junto com partidos do Centrão. Governador nega. (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

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O governo Lula (PT) culpou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pela derrubada da Medida Provisória 1.303/25, que aumentava impostos para compensar o recuo do governo sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A proposta caiu na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (8), após a aprovação de um requerimento de retirada de pauta por 251 votos a 193.

O mérito não chegou a ser analisado pelos parlamentares. Com isso, o texto perderá a validade às 23h59 e não será analisado pelo Senado. Durante a votação, o líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), acusou o governador paulista de “passar o dia ligando e articulando com parlamentares para derrubar a Medida Provisória”.

“Quero rechaçar e acusar o governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que ligou para vários parlamentares junto com o presidente do PP [Ciro Nogueira] e o presidente do União Brasil [Antonio Rueda]. Fecharam uma frente achando que ao fazer isso vão tirar dinheiro do Lula, [que] o Lula vai ficar garroteado. [Eles] mentem”, disse o líder depois da derrota.

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Tarcísio nega ter trabalhado nos bastidores para impedir a aprovação do texto. "Estou muito focado nos problemas aqui de SP", disse o governador à coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, antes da análise da MP. Tarcísio é o principal cotado para substituir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível, nas eleições presidenciais do ano que vem. O governador nega a intenção de concorrer ao Planalto e afirma que tentará a reeleição.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse considerar uma “pobreza de espírito extraordinária” derrubar a MP para antecipar a disputa eleitoral de 2026. “Se alguém quer misturar isso com eleição, eu só posso dizer que é uma pobreza de espírito extraordinária… Espero que o Congresso dê uma demonstração de maturidade. É uma bobagem colocar isso como uma questão eleitoral”, afirmou o mandatário.

Na mesma linha, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apontou que a oposição queria “restringir o orçamento para prejudicar o governo”, antecipando 2026. “Não vai acontecer, vai prejudicar o Brasil”, disse o ministro. Ele citou que em 2022 o governo Bolsonaro (PL) buscou aprovar benefícios para obter “vantagens eleitorais”.

“Os rumores que me chegam são de que é o mesmo movimento de 2022, com o sinal trocado. Em 2022, o governo usou o Congresso para liberar geral o orçamento, dar calote em um, não pagar o outro, e assim por diante, para na farra de gastos ter vantagens eleitorais. Isso não se confirmou, porque a população percebe essas coisas”, ressaltou o ministro pouco antes do início da votação.

Além de Tarcísio, governo critica atuação do Centrão

O governo fez uma série de concessões para conseguir colocar o relatório do deputado Carlos Zarattini (PT-SP) em votação nesta terça-feira (7). A comissão mista aprovou o texto por apenas um voto de diferença: por 13 votos a 12. Inicialmente, a arrecadação era estimada em R$ 35 bilhões, mas caiu para R$ 17 bilhões após as mudanças.

Zarattini afirmou que o descumprimento do acordo foi possível pela influência do governador paulista. Para o relator, os presidentes do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e do União Brasil, Antonio Rueda, também articularam contra o governo.

“O governador Tarcísio de Freitas, em vez de governar o Estado de São Paulo, está usando o seu tempo para ficar pressionando deputados. Ele, o Ciro Nogueira e o Rueda, que são os presidentes do PP e do União Brasil, em vez de trabalhar para permitir que o governo funcione, estão fazendo política”, disse o relator em entrevista à GloboNews.

“O governo não está fazendo política para si, está fazendo política para o Brasil… Então, precisamos que parem de atrapalhar e permitam que seus parlamentares cumpram os acordos feitos”, acrescentou o relator.

O PP e o União formaram uma federação e exigiram o desembarque de seus filiados do governo. No entanto, os ministros dos Esportes, André Fufuca (PP), e do Turismo, Celso Sabino (União), se recusam a deixar os cargos.

Durante a votação no plenário, a base do governo reforçou a narrativa de que o congresso “é inimigo do povo”. Lindbergh afirmou que a população deve reagir a derrubada da MP, como aconteceu após a aprovação da PEC da Imunidade.

“Quem é que comandou toda aquela gastança do governo Bolsonaro? Romperam todas as regras fiscais. São os mesmos personagens: é o Ciro Nogueira, presidente do PP, é essa turma”, disse o deputado. Mais cedo, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), afirmou que entre R$ 7 bilhões e R$ 10 bilhões em emendas parlamentares seriam contingenciados, caso o Congresso deixasse a MP caducar.

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